MARLUCE DIZ QUE A REGIÃO NORTE PODE AJUDAR A DIMINUIR A MISÉRIA

Da Redação | 25/02/2000, 00h00

MARLUCE DIZ QUE A REGIÃO NORTE PODE AJUDAR A DIMINUIR A MISÉRIA

A efetiva colonização daregião Norte poderia ser uma grande contribuição aos esforços do país para diminuir amiséria, de acordo com a senadora Marluce Pinto (PMDB-RR). Em discurso pronunciado nestasexta-feira (dia 25), em plenário, a senadora disse que há terra e água com fartura naregião, mas faltam investimentos em infra-estrutura para viabilizar o desenvolvimentoeconômico.
- Em Roraima, bem como na maioria dos estados do Norte, vivemos um ostracismo impostocontra a vontade de nosso povo - disse Marluce.
Segundo a senadora, no caso específico de Roraima, o aumento da produção de alimentos ebens industrializados poderia servir não apenas ao abastecimento do mercado interno, mastambém de países vizinhos, como a Venezuela e a Guiana. Ocorre que o vazio demográficoe a falta de infra-estrutura básica inviabilizam a instalação de pólos industriaisarrojados e até mesmo o surgimento de empresas de médio porte.
Marluce lembrou a necessidade de implantação de projetos para interiorizar odesenvolvimento como o asfaltamento da BR-174 no trecho que liga o estado do Amazonas àcidade de Caracaraí, em Roraima, e a assinatura do acordo com a Venezuela para a venda deenergia elétrica do complexo de Guri.
Para a senadora, não há como compactuar mais com a distribuição dos investimentos noBrasil. Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que dos R$ 80bilhões em investimentos programados pelo setor privado para o ano 2000, 64,3% serãodestinados ao Sudeste, 17,6% para o Nordeste, 7,5% para o Norte e 1,2% para oCentro-Oeste. Também segundo o Ipea, dos investimentos estrangeiros realizados de 1988 a1997, 90% forma aplicados no Sudeste e os 10% restantes pulverizados nas demais regiões.
Se esses recursos fossem melhor distribuídos, acredita a senadora, cairiam em muito osíndices de pobreza e miséria. Ela chamou a atenção para o que disse recentemente opresidente do Banco Mundial, James Wolfensohn, alertando para o risco embutido nas grandesdesigualdades sociais. "Um dia isso acaba em confronto", afirmou aqueledirigente. Para Marluce é hora de sair dos discursos e partir para ações concretas nosentido de reverter o quadro de empobrecimento de países como o Brasil.
Em aparte, o senador Edison Lobão (PFL-MA) disse concordar com a tese do desenvolvimentoda Amazônia como alternativa na luta contra a pobreza. Na opinião do senador Pedro Simon(PMDB-RS), é preciso ver o quanto há de injustiça na distribuição de renda quando seobserva o número de favelas nas cidades da região Sudeste, área melhor aquinhoada comoos investimentos feitos pelos setores privado e público. O senador explicou a situaçãoatual como resultado da falta de responsabilidade das elites brasileiras.
- Estamos aquém da grandeza e dos destinos do país - analisou Simon. O senador disseque, se fosse pobre e sua família estivesse passando fome, não hesitaria em quebrar avitrine de uma padaria para conseguir alimento.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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