SIMON QUER "OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS" NO BRASIL

Da Redação | 11/11/1999, 00h00

"Isso está acontecendo em pleno governo Fernando Henrique, em plena democracia. Aonde vamos parar?", perguntou o senador Pedro Simon (PMDB-RS) nesta quinta-feira (dia 11) ao comentar matéria publicada no jornal Correio Braziliense, sobre tortura e morte de um garoto de 13 anos, no Acre, e cuja autoria é creditada pelo Ministério Público a criminosos ligados ao ex-deputado federal Hildebrando Pascoal. O senador defendeu a reprodução, no Brasil, da "Operação Mãos Limpas", realizada na Itália. Segundo ele, a operação fez uma revolução na Itália, levando à prisão o dono da Fiat, mais de 100 deputados, vários empresários e três ministros de estado, além de recuperar milhões de dólares para os cofres públicos.
Simon disse que pretende convidar o deputado Moroni Torgan (PSDB-CE) para que faça uma explanação aos senadores sobre as investigações e as descobertas da CPI do Narcotráfico, da qual é relator. "Foi a comissão que vi chegar mais longe aqui no Congresso", avaliou. Simon disse ainda que o presidente da República deveria assumir o comando do Núcleo Especial de Combate à Impunidade, que criou após reunião com integrantes da CPI.
O senador também criticou o programa de privatizações e alertou para o fato de que Fernando Henrique não será presidente para sempre. "Um dia, seja quem for, vamos ter aqui no Congresso Nacional uma CPI para investigar essas privatizações e vai analisar não por que privatizou, mas como privatizou. A CPI vai analisar preços, a utilização de moedas podres, a participação de fundos de pensão, empréstimos do BNDES e estatais que foram criadas por lei e privatizadas através de portaria", afirmou.
Para Simon, a situação atual do país não oferece muitas perspectivas para o futuro de futuro. "Qual é a perspectiva para os três últimos anos de mandato de Fernando Henrique? Ele tem que nos dar o direito de sonhar", disse o senador. Simon acredita que seria melhor o presidente da República procurar a companhia de sociólogos e deixar de lado os economistas.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

MAIS NOTÍCIAS SOBRE: