CONSOLIDAÇÃO DA INDÚSTRIA DO CINEMA É PASSO FUNDAMENTAL

Senadores e profissionais do cinema consideraram de enorme importância cultural e econômica a consolidação da indústria cinematográfica brasileira. "Não vamos reproduzir o Estado getulista nem os anos áureos da década de 70", observou o presidente da comissão, senador José Fogaça (PMDB-RS), mas é possível adotar várias políticas indicativas para garantir essa consolidação. A senadora Maria do Carmo Alves (PFL-SE), por exemplo, acha que o cinema deve ter benefícios semelhantes aos recebidos por outros setores como a indústria automobilística.
- Precisamos pensar também na formação da nossa juventude, que está à mercê de filmes com conteúdos violentos - afirmou a senadora.
Para o senador Agnelo Alves (PMDB-RN), um processo industrial maduro na área de cinema permitiria que ocupássemos mais espaço, o que hoje é impossível a despeito da produção de filmes de grande qualidade como o Central do Brasil.
Essa indústria não vai se consolidar sem que os cineastas tenham acesso a financiamento fora do sistema bancário, onde os juros são muito altos. É o que pensa o senador Saturnino Braga (PSB-RJ), segundo quem o Estado tem que fomentar o desenvolvimento em países como o Brasil. Além disso, o senador considera fundamental a criação de um mercado para os filmes nacionais, o que poderia ser facilitado com uma estratégia de marketing mais agressiva, inclusive por meio da utilização da TV. Saturnino enfatizou ainda a necessidade de melhorar a formação de cineastas e outros profissionais de cinema.
O produtor Roberto Farias defendeu melhorias para produtores e cineastas, mas disse que a situação do cinema brasileiro não vai melhorar enquanto não forem adotadas medidas para estimular os exibidores a passarem filmes nacionais. No entender de Farias, é preciso compensá-los pelos lucros maiores que têm com a exibição de filmes estrangeiros, principalmente os norte-americanos.
No encerramento da audiência, o relator, senador Francelino Pereira (PFL-MG), informou que a próxima reunião, na quinta-feira (dia 14), contará com a participação do secretário de Audiovisual do Ministério da Cultura, José Álvaro Moisés, presente na audiência desta sexta-feira (dia 7), e de integrantes do Conselho Nacional de Cinema.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)