ÁLVARO DIAS DEFENDE REDUÇÃO .DE CADEIRAS NO PODER LEGISLATIVO

Da Redação | 02/06/1999, 00h00

Ao registrar estudo realizado pela Unesco que detectou o descrédito entre os jovens cariocas na democracia e nas instituições, e citar pesquisa publicada na revista Época de 24 de maio que apurou o péssimo conceito que a população tem sobre os políticos, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) defendeu uma redução no número de cadeiras na Câmara dos Deputados, assembléias legislativas e câmaras de vereadores.Se a proposta do senador pelo Paraná for aprovada, haverá uma redução em 21% das cadeiras na Câmara dos Deputados, 35% nas assembléias legislativas e 15% nas câmaras de vereadores. Ele acredita que, dessa forma, serão eliminadas as distorções da representatividade hoje existente, onde alguns estados proporcionalmente têm mais representantes que outros.Estimando que a medida representará uma economia direta de R$ 700 milhões por ano, que seriam suficientes para a geração de 300 mil empregos anuais no campo, Álvaro Dias acrescentou que a redução de representantes representaria a valorização da classe política e do Poder Legislativo em particular, e a possibilidade de retomada da credibilidade popular.Segundo Álvaro Dias, apenas o estado de São Paulo não teria o seu número de vagas reduzido na Câmara de Deputados. Ele acrescentou que sua proposta não pretende ser contra ou a favor de nenhum estado, nem tem como objetivo prejudicar vereadores ou deputados, mas visa a busca de um Legislativo "mais forte, representativo, qualitativo e acreditado na opinião pública brasileira".Álvaro Dias mencionou dados da pesquisa publicada pela Época, informando que 82% das pessoas ouvidas afirmaram que os políticos são preguiçosos; 82%, que são irresponsáveis, e 91%, que são desonestos. Para 91% dos entrevistados, os políticos "não são de confiança"; 88% os chamaram de injustos, e 71%, de incompetentes. Por outro lado, apenas 6% afirmaram que a melhor descrição para os políticos é que eles são honestos.Sobre o estudo da Unesco, Álvaro Dias registrou o fato de os jovens não estarem mais acreditando na democracia. Ele disse que 21% dos adolescentes das classes populares entre 15 e 20 anos consideram a ditadura o melhor regime de governo. Os indiferentes sobre o assunto atingiram 6,9% e 36,6% não souberam responder. Apenas 35,5% defenderam com convicção a democracia.- O resultado é preocupante, mostra que há no Rio de Janeiro um caldo de cultura favorável a qualquer tentativa ou ação antidemocrática que venha a ter apoio popular. Revela mais que insatisfação, uma enorme indignação da juventude - afirmou Álvaro Dias.Em aparte, o senador Maguito Vilela (PMDB-GO) disse que o fato que mais contribui para a baixa credibilidade que a classe política tem merecido é o não cumprimento das propostas assumidas em campanha. Como proposta para a reforma política, ele sugeriu a redução da duração do mandato dos senadores de oito para quatro anos. QUÓRUMNo início do seu pronunciamento, Álvaro Dias fez um apelo para que a Mesa do Senado encontre uma solução para compatibilizar o trabalho das comissões parlamentares de inquérito com o funcionamento das comissões técnicas. Ele registrou que na manhã desta quarta-feira (dia 2) a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania não obteve quórum para funcionar porque os senadores estavam participando da reunião da CPI do Sistema Financeiro.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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