EMILIA PEDE QUE O GOVERNO DIVULGUE A "CULTURA DA PAZ

Da Redação | 17/05/1999, 00h00

Preocupada com a violência no país, a senadora Emilia Fernandes (PDT-RS) apresentou nesta segunda-feira (dia 17) requerimento propondo a realização de um seminário sobre o tema. Ela solicitou também ao presidente da República, Fernando Henrique, que constitua uma comissão nacional para difundir a Cultura da Paz, sintetizado no "Manifesto 2000", documento criado pela ONU e divulgado no dia 3 de março em solenidade na Torre Eifel, em Paris. A senadora informou que a ONU proclamou o ano 2.000 como o Ano Internacional da Cultura da Paz e que a proposta partiu de um gaúcho, o jornalista Mário Gusmão, diretor dos Jornais NH. Emilia leu o documento "Manifesto 2.000" e pediu sua transcrição nos anais da Casa.A senadora destacou que a expectativa da ONU é alcançar 100 milhões de assinaturas no documento para serem levadas à Assembléia Geral do Milênio das Nações Unidas, em setembro do próximo ano, assinalando que o texto do "Manifesto 2.000" está na internet e poderá ser subscrito por quem quiser.Para ressaltar a importância do tema, Emilia Fernandes disse que é preciso analisar com profundidade o crescimento da violência, principalmente na juventude, "segmento social por natureza questionador dos limites, mas, acima de tudo, portador de um profundo espírito fraterno e coletivo". Mas, a senadora concorda que antes de culpar os jovens pelo que ocorre, é preciso averiguar quais são as verdadeiras causas dessa sua condição de desesperança.Em sua opinião, além das medidas urgentes contra a violência, é fundamental mudar o atual quadro econômico, político e social do país. "Nunca, em nossos país, registrou-se uma situação de tamanha concentração de renda, de aprofundamento dos níveis de pobreza e de agressiva e humilhante exclusão social", afirmou. A senadora defende também que é necessário que as autoridades invistam em Segurança Pública, valorizando as instituições e os policiais.A senadora Heloísa Helena (PT-AL) disse, em aparte, que parabenizava a senadora por suas propostas trazidas ao plenário, mas considerava que a "ONU não tinha autoridade moral para falar em paz", já que esta estava sendo cúmplice direta pelo extermínio que ocorre na Iugoslávia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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