TIÃO VIANA APRESENTA PROJETO PARA CONTROLAR HEPATITE B
Da Redação | 07/05/1999, 00h00
Com o objetivo de tornar mais rígido o controle da hepatite do tipo B, doença que atinge 19% da população da Amazônia, o senador Tião Viana (PT-AC) apresentou projeto de lei tornando obrigatória a pesquisa da doença durante o tratamento pré-natal e a vacinação dos recém-nascidos de mães portadoras do vírus. A hepatite é uma doença grave do fígado, causada por vírus e transmitida por sangue (principalmente transmissão sexual e vertical), e agulhas contaminadas, e pode resultar em cirrose e câncer do fígado.A proposta de Viana estabelece que os hospitais terão que vacinar as crianças em no máximo 12 horas após o nascimento e administrar simultaneamente a imunoglobina humana hiperimune específica contra o vírus B das hepatites. Isso deve ocorrer, segundo o projeto, sem prejuízo de outras medidas profiláticas e terapêuticas. Segundo Viana, a hepatite é o maior problema da Amazônia. Segundo o projeto, a gestante deve ainda receber orientação sobre sua situação de portadora do vírus e sobre a necessidade dos filhos receberem a vacina contra a hepatite B no prazo fixado. Além disso, o médico e o estabelecimento ficam obrigados a fornecer laudo que formalize a orientação aos infectados pela hepatite B. Hoje, a hepatite B pode ser a causa de até 80% dos casos de câncer de fígado em todo o mundo e ocupa o segundo lugar, depois do tabaco, entre os agentes conhecidos causadores de câncer humano.Viana estipula ainda em seu projeto que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) terá, obrigatoriamente, que vacinar contra a doença. Pelo projeto, os órgãos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) também podem determinar nas áreas e estabelecimentos de sua jurisdição o atendimento a todos os recém-nascidos. "É a única maneira de começarmos a controlar a doença, uma vez que ela age silenciosamente", lembra o senador do Acre. O senador lembra que há hoje no mundo dois bilhões de pessoas infectadas por hepatites, principalmente na região tropical, no sudoeste asiático e na África. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que dois milhões de pessoas morrem anualmente em função da hepatite B. Os casos crônicos somam 350 milhões. Só nos Estados Unidos são 300 mil novos casos a cada ano.O mais grave em relação à hepatite B, segundo o senador, é que de 5% a 10% dos adultos jovens acometidos tornam-se portadores de infecção crônica, freqüentemente sem saber. No caso das crianças com idade de um a cinco anos o percentual sobe para 25% a 50% e para 90% dos lactantes infectados ao nascer. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), de 15% a 25% das pessoas com infecção crônica morrerão prematuramente por cirrose ou carcinoma hepatocelular (câncer de fígado).
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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