BERNARDO CABRAL PEDE QUE CRÍTICAS DA IMPRENSA AO PARLAMENTO NÃO SEJAM GENERALIZADAS

Da Redação | 11/12/1998, 00h00

O senador Bernardo Cabral (PFL-AM) protestou nesta sexta-feira (dia 11) contra as críticas generalizantes da imprensa ao Congresso Nacional. Ele lembrou a assiduidade com que comparece ao Parlamento e a seriedade com que desempenha suas funções para dizer que se sente desconfortável ao ser incluído, por generalização, a uma crítica que não merece.Para o senador, se a imprensa apontasse nomes de parlamentares que não cumprem bem seu mandato, essa crítica seria perfeita, ainda que não se distinguisse os congressistas que trabalham. Mas os órgãos de informação, para o senador, parecem considerar que está "tudo misturado no mesmo cadinho":- É bom que exista a crítica, que muitas vezes é oportuna por mostrar os lados defeituosos. Mas há de existir a crítica excetuando aqueles que produzem. Não posso concordar que se generalize a restrição - afirmou o senador, em discurso proferido em plenário.O parlamentar citou a edição do Jornal do Senado desta sexta-feira, que divulga a aprovação de mais de 400 matérias este ano pelo Senado Federal. Mencionou também números da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que preside, onde foram aprovadas 53 matérias no mesmo período. Para Cabral, a TV Senado e a Rádio Senado estão entre as melhores coisas já criadas na Câmara Alta do Parlamento, por permitirem à população saber quais são os congressistas que cumprem seus mandatos com seriedade.O senador lembrou o "cavalo de batalha" em que se transformou, nos veículos de comunicação de massa, a convocação extraordinária do Congresso Nacional e o pagamento da ajuda de custo aos parlamentares que ela acarreta. Lembrou que muitos parlamentares recebem menos do que ganhariam em suas carreiras paralelas à vida pública.O senador Bello Parga (PFL-MA), em aparte, afirmou que a imprensa tem veiculado números fantásticos sobre a ajuda de custo, "quatro ou cinco vezes mais do que o que seria o normal". Para ele, existe uma má vontade dos órgãos de informação para com o Congresso Nacional, já que os números verdadeiros e positivos estão disponíveis a qualquer jornalista com acesso ao Senado Federal, ao Jornal do Senado, à TV Senado ou à Rádio Senado.Em longo aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) ressaltou a necessidade de se deixar bem claro qual o salário líquido do parlamentar, seja ele deputado ou senador: R$ 4.400,00. Para ele, embora a remuneração possa parecer "uma enormidade" em relação ao salário mínimo, não é nem a metade do que ganham alguns dos jornalistas que mais criticam o Congresso. O parlamentar pelo Rio Grande do Sul disse que 99% da imprensa de seu estado não conhecia sequer 1% dos projetos que apresentou. Segundo ele, o Jornal do Senado e a TV Senado são os responsáveis por sua reeleição. Ele elogiou o presidente da Casa, Antonio Carlos Magalhães, que tem levado adiante sua determinação de dar maior transparência às atividades do Senado Federal.O senador disse que a imprensa disputa com o Parlamento o comando da agenda de discussão nacional. Segundo ele, os jornalistas chegam na Câmara e no Senado para discutirem as pautas previamente elaboradas pelos editores dos jornais, e não exatamente o que está sendo discutido na Casa Legislativa.- Quem faz o que o Brasil vai conhecer é a imprensa - afirmou Simon, que anunciou sua mudança para Brasília a partir do ano que vem, passando a freqüentar o Senado de segunda a sexta-feira.Simon fez duas propostas. Ele quer que a TV Senado promova um debate entre três jornalistas e três parlamentares, para serem feitas e respondidas críticas a ambas as partes. Também pediu que o senador Bernardo Cabral, por sua liderança e seu passado, inicie um movimento para que fatos positivos em relação ao Congresso também sejam divulgados nos meios de comunicação. Também em aparte, o senador Ramez Tebet (PMDB-MS) destacou o programa Fala Cidadão como uma grande iniciativa do Senado. Para ele, a Secretaria de Comunicação Social do Senado tem prestado um grande serviço de cidadania e de civismo à sociedade brasileira. Tebet endossou o temor de Cabral de que as críticas inibam a juventude de freqüentarem ou mesmo integrarem o Parlamento brasileiro.Cabral, aceitando a sugestão de Simon, disse que ali era tomada a decisão que antecede o primeiro passo de uma grande marcha. E ressaltou ser este o momento para uma maior divulgação das atividades positivas do Senado Federal, no momento em que o presidente Antonio Carlos Magalhães conseguiu "deslocar pela primeira vez o eixo político da Câmara para o Senado".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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