"OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS" É LANÇADA NA CCJ

Da Redação | 20/05/1998, 11h36

Em solenidade que contou com a presença dos procuradores italianos Piercamillo Davigo e Helio Raimundino, foi lançada hoje (dia 20) na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) a publicação Operação Mãos Limpas, elaborada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). A publicação reúne depoimentos dados pelos procuradores italianos Piercamillo Davigo e Paolo Ielo, em audiência pública na CCJ, realizada em setembro do ano passado. Os procuradores foram responsáveis pelas investigações na operação que resultou na cassação de 120 parlamentares, mais de duas mil condenações e seis mil processos envolvendo juízes, empresários e dois ex-primeiro-ministros.

O presidente da CCJ, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), elogiou o trabalho de Simon na coordenação das audiências públicas e alertou para a constatação de que hoje a corrupção é um fato globalizado.

Pedro Simon disse que Bernardo Cabral teve a grandeza de entender a importância de realizar aquela audiência pública que reuniu magistrados, procuradores, ministros, professores e alunos de Direito. Simon lembrou que a publicação será amplamente distribuída no Congresso Nacional, nos tribunais superiores e nas procuradorias. O senador destacou também o esforço de divulgação desse trabalho feito pelos procuradores-gerais da República em São Paulo.

Agradecendo a presença dos procuradores italianos, Simon lembrou que, em seguida, a CCJ votaria o substitutivo do senador José Fogaça (PMDB-RS) para o projeto que modifica a imunidade parlamentar. O senador explicou que o substitutivo garante a liberdade do parlamentar para denunciar, mas não encobre crimes contra o patrimônio e a sociedade. "Lugar de ladrão é na cadeia", afirmou.

O procurador Piercamillo Davigo disse que, desde que esteve no Brasil, em setembro de 97, a principal mudança ocorrida foi a entrada da Itália no sistema europeu de moeda única e que ainda existe a necessidade de se equalizar o tratamento dos crimes na Europa. Para Piercamillo, a moralidade na administração pública da Itália precisa ter continuidade já que a corrupção também atingiu a Justiça e "isso precisa ser combatido com mais força ainda". Ele lembrou também que a imunidade parlamentar na Itália acabou em novembro de 93 e que funciona mais ou menos nos mesmos moldes do substitutivo proposto por José Fogaça.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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