MALDANER DIZ QUE ESTUDANTES ESTÃO PARTICIPANDO MENOS DAS ELEIÇÕES

Da Redação | 14/05/1998, 10h15

O senador Casildo Maldaner (PMDB-SC) manifestou hoje (dia 14) sua preocupação com o que considerou "apatia" estudantil com o processo das eleições gerais que deverão ocorrer dentro de quatro meses. Segundo o senador catarinense, em outras décadas, como nos anos 50 e 60, os movimentos políticos patrocinados por jovens estudantes de segundo e terceiro graus, integrados à União Nacional dos Estudantes (UNE), marcaram os processos eleitorais de então.

- As últimas manifestações de que se tem registro são as das Diretas-Já ocorridas em 84 e a dos "caras-pintadas", na época da deposição do presidente Collor - recordou Maldaner, ao falar sobre sua frustração com o esvaziamento estudantil na política.

Casildo Maldaner informou que o período de cadastramento e recadastramento de novos eleitores para o pleito de outubro próximo trouxe uma surpresa: limitou-se a um número de votantes bem menor que o previsto. "Apenas 1,5 milhão de jovens na faixa entre 16 e 18 anos foram cadastrados pelos tribunais regionais eleitorais de todo o país, ou seja, menos da metade da quantidade registrada em 89, quando se alcançou o extraordinário cadastramento de 3,3 milhões de jovens votantes", enfatizou.

Ao referir-se à participação dos jovens nos anos 50 e 60, observou que é importante, porém, "reconhecer que a profunda indignação da juventude brasileira com o perverso quadro sócio-econômico nacional" antecedeu a inclinação dos estudantes ao modelo socialista, comunista e "mesmo anárquico" adotado por eles numa época ditatorial. Aquele modelo, a seu ver, era a motivação que fazia com que fossem às ruas por não mais tolerarem os padrões de Estado e governo implementados pela "gerontocracia brasileira".

Maldaner disse esperar que os jovens voltem a ter interesse no processo eleitoral, e "elejam candidatos honestos, não deixando que sejam eleitos os piores candidatos". Para ele, os congressistas têm a responsabilidade de mostrar um novo quadro político onde prevaleça a transparência nas decisões internas e nas relações com os demais poderes, visando "tirar o estudante dessa letargia momentânea".

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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