PESQUISA MOSTRA QUE EDUCAÇÃO PRECISA DE REFORMA, ALERTA NABOR

Da Redação | 28/11/1997, 15h47

O senador Nabor Júnior (PMDB-AC) afirmou hoje (dia 28) que o resultado da pesquisa realizada pela Unesco, que acusa uma tendência individualista e suscetível ao autoritarismo e à violência nos jovens de Brasília,indica que a verdadeira reforma que se impõe é a reforma educacional. Ele defendeu a criação de estruturas escolares e adicionais para atendimento à juventude, embasadas em idéias, valores éticos e princípios patrióticos.

Comentando a enquete realizada nos meses de junho e julho deste ano, em 18 escolas públicas e 22 particulares, abrangendo rapazes e moças com idade entre 14 e 20 anos, Nabor Júnior lembrou que, de acordo com a pesquisa, apenas 0,2% dos jovens confiam nos governos; 0,5% confiam nos políticos; 0,7% confiam na Justiça; 6,7% confiam na Igreja e 11,2% preferem a ditadura.

Nabor observou que se esses indicadores são invertidos, se registra mais de 99% de rejeição aos governos, aos políticos e à Justiça; a descrença nas estruturas religiosas supera a casa dos 93%; mas existe um único resultado positivo: mais de 88% dos jovens não acreditam que a ditadura seja a solução para os dramas sociais do país.

Quanto à violência, 16% dos jovens consideram que as pessoas só se impõem pela autoridade, segundo os dados divulgados. Pode-se inferir, portanto argumentou o senador, que 84% acreditam em formas democráticas de prevalência política, social e até mesmo familiar.

Em aparte, o senador Leonel Paiva (PTB-DF)afirmou que a culpa pelos desvios na juventude é dos próprios pais e responsáveis, destacando que houve uma deterioração de alguns aspectos morais e éticos. Carlos Bezerra (PMDB-MT) atribuiu ao golpe militar de 64 o retrocesso no processo educacional e na geração de novas lideranças. Ele acredita, entretanto, que o país começaa retomar seu modelo próprio de educação.

O senador Edison Lobão (PFL-MA) defendeu providências contra a violência praticada pelos jovens e apontou a influência de programas exibidos pela TV e pela Internet. A senadora Benedita da Silva (PT-RJ) defendeu a formulação de novas políticas que estimulem os jovens a participar das decisões nacionais, que combatam a ociosidade na juventude e, conseqüentemente, a violência.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

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