Depois de protagonizar no Facebook a campanha “Eu não Mereço ser Estuprada”, a jornalista Nana Queiroz, hoje diretora-executiva do site AzMina, participou em reunião conjunta da CDH e da CAS de debate sobre o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que a levara a protestar. A princípio, os pesquisadores afirmaram que 65% dos brasileiros consideravam merecido a mulher ser atacada se mostrasse o corpo. Depois corrigiram o percentual para 26%, alegando erro de tabulação.
Na ocasião, Nana recomendou que a sociedade e o poder público educassem as crianças desde cedo para entenderem as situações de assédio.
Em entrevista a Em Discussão!, ela classificou a campanha como muito importante para que se entendesse “que a vítima jamais pode ser culpabilizada pela violência e pelo estupro”. Ainda assim, a página do Facebook teve que ser fechada porque muitos homens aproveitaram o espaço para insultar e ameaçar as participantes.
Na opinião de Nana, a acusação aos grupos de ativismo de ferirem as liberdades individuais no campo da linguagem, por exemplo, não se sustenta. “A liberdade de oprimir, ninguém nunca deveria ter tido”, cobra.
Mas ela aconselha os ativistas a não transformarem o politicamente correto “em algo muito rígido, um discurso excludente”, do qual participe uma “militância fechada em si mesma”, levando as pessoas comuns a serem acusadas de preconceito e outras atitudes.
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