Ana Amélia aponta crime ambiental na Amazônia e critica primeira-ministra da Noruega

Da Redação e Da Rádio Senado | 20/03/2018, 19h01

A senadora Ana Amélia (PP-RS) criticou nesta terça-feira (20) a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, por não ter se pronunciado sobre o despejo ilegal de dejetos tóxicos no Rio Pará, cometido pelo conglomerado norueguês Norsk Hydro, que tem atua no Brasil no ramo da mineração.

Em 2017, lembrou a parlamentar, Solberg "passou um pito" no presidente da República, Michel Temer, e criticou o governo brasileiro pela corrupção e pelo desmatamento. Em seguida a primeira-ministra anunciou o corte pela metade do dinheiro enviado pela Noruega ao Fundo da Amazônia. Ana Amélia observou que os R$ 200 milhões então cortados pela Noruega não serão suficientes para recuperar os estragos feitos no rio paraense pela empresa Hydro, que tem grande participação estatal.

Para Ana Amélia, a primeira-ministra deve um pedido de desculpas ao Brasil.

— É preciso ter clareza, é preciso ter coerência. Para mim, a corrupção é tão grave quanto um crime ambiental desse tamanho e dessa dimensão — disse Ana Amélia.

A senadora também criticou a ONG Greenpeace, que segundo ela não se manifestou sobre o crime ambiental no Pará.

— acho que nós não estamos tendo uma atitude da soberania com que temos que representar o nosso país. E estamos engolindo desaforo de quem quer que seja. Eu acho que chegou a hora de dar um basta, de por essas verdades à tona, de não se preocupar com o politicamente correto, seja quem for. Porque é incrível, inacreditável que o Greenpeace não tenha dado uma palavra sobre o acidente lá do Rio Pará ou o acidente de Mariana — disse Ana Amélia.

Lula

Ana Amélia comentou também a passagem da caravana do ex-presidente Lula pelas cidades de Bagé e Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Segundo ela, o trajeto planejado precisou ser alterado devido a protestos.

De acordo com a senadora, o trabalho da Brigada Militar do Rio Grande do Sul permitiu que manifestantes contrários e favoráveis à caravana pudessem ocupar o mesmo espaço sem confrontos.

Quanto ao fato de o ex-presidente ter afirmado que saiu triste de Bagé por ter sido ofendido por trabalhadores e até desempregados, Ana Amélia disse que não é possível representar os pobres vivendo como rico.

— Você, para defender os pobres você precisa ser e demonstrar que você está do lado dos pobres. E não ser um rico falando em nome dos pobres e viver como um rico. E não falar como se fosse um pobre defendendo os pobres — afirmou Ana Amélia.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)