Collor afirma que Mercosul é garantia de paz na região

Da Redação | 04/09/2017, 20h33

O presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), senador Fernando Collor (PTC-AL), afirmou que a principal conquista do Mercosul é a garantia de paz para a região. A afirmação foi feita durante a audiência pública promovida pela CRE nesta segunda-feira (4), para debater a situação do Mercosul, 26 anos após sua formação.

Foi Collor quem sugeriu o debate e presidiu a audiência. Ele era o presidente do Brasil na época da formação do bloco, em 1991. Ao lado dos presidentes da Argentina (Carlos Menem), do Uruguai (Luis Alberto Lacalle) e do Paraguai (Andrés Rodríguez), Collor assinou o Tratado de Assunção, documento que criou o Mercosul. No encerramento da reunião da CRE, Collor se disse um entusiasta dos blocos comerciais e defendeu o entendimento do Mercosul com outros blocos e países.

Para o senador, questões políticas e comerciais são importantes em um processo de integração. Collor apontou, porém, que o principal elemento da implantação do Mercosul foi a construção de um clima de paz no cone sul. Collor disse que,na época do nascimento do bloco havia uma corrida armamentista entre Brasil e Argentina para a construção de artefato nuclear. Essa disputa poderia criar um clima de instabilidade na região. Collor lembrou que, pouco antes da assinatura da criação do Mercosul, foi assinado um acordo entre os dois países para a não construção de armas químicas e nucleares.

- Em um mundo tão conturbado, quanto não vale essa conquista feita pelo Brasil e pela Argentina? Quem comercializa não quer guerrear, mas quer paz. E Integração econômica significa paz – declarou o senador.

Infraestrutura

Os participantes da audiência destacaram a importância do Mercosul, mas apontaram que ainda há muita coisa a ser feita para que o bloco tenha mais peso em um mundo globalizado. O professor Luiz Afonso dos Santos Senna, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), e o vice-presidente emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), embaixador José Botafogo Gonçalves, disseram que o bloco precisa dar mais atenção à infraestrutura e à integração com outros blocos comerciais.

Interação

A deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), os senadores Jorge Viana (PT-AC) e Waldemir Moka (PMDB-MS) e vários embaixadores acompanharam a audiência. Jorge Viana pediu uma reflexão sobre a exportação das commodities e cobrou mais apoio aos pequenos exportadores. Já Moka aproveitou para a pedir apoio à conclusão do Corredor Bioceânico – ligação rodoviária entre o Brasil e o Oceano Pacífico. A obra foi tema de seu discurso em Plenário.

A audiência foi realizada em caráter interativo. Pela internet, a internauta Mônica Ebersol, do Rio Grande do Sul, pediu mais equilíbrio nas negociações e o fim das sanções comerciais. Já Andréa Campos, também do Rio Grande do Sul, reclamou da interferência política nas negociações comerciais entre os países do bloco.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)