Meirelles deve explicar na CAE por que Brasil corre risco de retornar ao mapa da fome

Da Redação | 11/07/2017, 13h01

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deverá comparecer à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), após o recesso, para explicar os motivos pelos quais o Brasil está prestes a retornar ao mapa da fome das Nações Unidas e quais providências o governo está tomando para reverter a situação. Requerimento da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) convidando o ministro para o debate foi aprovado nesta terça-feira (11).

Gleisi citou reportagem publicada pelo jornal O Globo no último fim de semana que trouxe esse cenário. Na opinião da senadora, a culpa do retrocesso é da política econômica, que considera equivocada, praticada por Meirelles e sua equipe.

- É vergonhoso um país como o Brasil, que produz alimentos e tem a riqueza que tem, ter pessoas que ainda passam fome – afirmou a senadora.

De acordo com a notícia, três anos depois de o país sair do mapa mundial da fome, ou seja, ter menos de 5% da população sem se alimentar suficientemente, relatório produzido por um grupo de mais de 40 entidades da sociedade civil que monitoram o cumprimento de um plano de ação com objetivos de desenvolvimento sustentável acordado entre os Estados-membros da ONU, a chamada Agenda 2030, detectou a elevação dos números.

Gleisi mencionou os esforços dos governos Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para melhorar o cenário da miséria brasileira, garantindo à população pelo menos o alimento de cada dia, segundo ela. Ela também criticou o governo do presidente Michel Temer por praticar o “corte nefasto de recursos públicos”, para programas considerados essenciais como o Bolsa Família e o de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar. A senadora afirmou que esses programas consomem menos recursos do que os despendidos com o perdão de dívidas a gigantes como o Banco Itaú, da ordem de R$ 25 bilhões, como informou.

Os senadores Flexa Ribeiro (PSDB-PA), José Medeiros (PSD-MT) e Valdir Raupp (PMDB-RO) defenderam Temer e Meirelles. Segundos os parlamentares, eles assumiram o governo com “um país quebrado” pelas gestões petistas e estão tentando recuperar os empregos e a economia. Raupp afirmou que a economia já dá sinais de fortalecimento,  registrará ligeira alta este ano e, em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer dois pontos percentuais.

- Isso é uma retomada do crescimento, dadas as políticas que o ministro Meirelles está empreendendo. Não vejo tragédia na área econômica, na política ainda estamos vivendo uma tragédia, mas na econômica o Brasil já começa a se recuperar – afirmou Raupp.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)