Senado não pode ser casa carimbadora, afirma Marta Suplicy

Da Redação | 11/05/2017, 13h08

Ao comentar a reforma trabalhista, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) afirmou que o Senado não pode "ser uma casa carimbadora" e tem o dever de aperfeiçoar o PLC 38/2017, aprovado pela Câmara dos Deputados. Ela participou da sessão temática no Plenário realizada nesta quinta-feira (11).

— Queremos fazer o melhor. E o melhor muitas vezes não está claro para nós. Vamos fazer, mesmo que seja difícil, o enfrentamento político, com a convicção de que é o melhor para o Brasil, para a dinâmica da economia. Aqui há um consenso de que deve haver mudanças, mas também o trabalhador não pode ser um perdedor nessa história — afirmou.

A senadora mostrou-se preocupada com possibilidade aberta pelo projeto de se eliminar os 15 minutos de descanso garantido atualmente às mulheres entre a jornada regular e o início das horas extras. Na opinião dela, se cada um fizer como bem entender, haverá confusão e risco à saúde da empregada.

— Que eu saiba homem não menstrua. Esses 15 minutos dados uma mulher pode ser muito importante, sim, para ela. E a maior parte das trabalhadoras mulheres está em idade reprodutiva — afirmou.

Em resposta, o juiz do Tribunal Regional do Trabalho Marlos Melek explicou que atualmente esses 15 minutos na prática só tem atrapalhado a vida do trabalhador, que, em geral, não quer sair mais tarde do trabalho.

— Em 80% dos casos, as horas extras são inferiores a uma hora. Esses 15 minutos de parada estão em descompasso a necessidade do trabalhador de ir mais cedo para casa. além disso, nada impede que a funcionária faça seu asseio pessoal ao término da jornada regular — afirmou.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)