Senadoras participam de ato em defesa dos direitos da mulher

Da Redação | 08/03/2017, 12h00

Com o lema “Nenhum direito a menos #Eu paro”, senadoras e servidoras do Senado se reuniram num ato em frente ao Anexo II da Casa na manhã desta quarta-feira (8). Em mais de 60 países e 20 estados do Brasil, as mulheres se organizaram para fazer um dia de greve no Dia Internacional da Mulher.

Estavam presentes as senadoras Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA), Fátima Bezerra (PT-RN) e Ângela Portela (PT-RR), que discursaram contra a reforma da Previdência. Segundo elas, a reforma prejudicará mais as mulheres e, principalmente, as professoras e as mulheres do campo.

— É muito importante a participação das senadoras, das servidoras. Eu paro. Eu paro contra a violência contra a mulher, eu paro contra o feminicídio, eu paro contra a reforma da Previdência, eu paro contra o machismo, eu paro contra tudo o que representa desleixo com a mulher brasileira — disse a senadora Ângela, em meio a aplausos e apitos das manifestantes.

A senadora Vanessa Grazziotin, que é procuradora da Mulher no Senado, afirmou que todos os brasileiros devem se envergonhar de achar normal um parlamento que tem apenas 10% das mulheres em suas cadeiras.

— Nós convivemos como se fosse normal com um Parlamento em que só 10% das cadeiras são ocupadas por mulheres. E isso não é normal. Nós há muito tempo estamos falando. Eles não estão ouvindo, então nós vamos começar a gritar e a apitar! — disse Vanessa.

Pauta legislativa

Para Fátima Bezerra, o Dia Internacional da Mulher é um dia em que as mulheres protestam contra a afronta aos seus direitos, mas que em 2017 é especial pela pauta legislativa no Brasil.

— Em 2017, tem um caráter especial pelo quanto a cidadania das mulheres está ameaçada em função da agenda de retirada de direitos da reforma da Previdência — disse.

Gleisi disse que, neste ano, as mulheres estão conjugando muitas lutas, como o enfrentamento à violência contra a mulher, melhores condições de trabalho e melhores salários, e contra a reforma da Previdência.

— As mulheres, as professoras, as trabalhadoras rurais serão as mais atingidas com essa reforma. É esse grito de alerta que nós estamos dando hoje e precisamos da solidariedade entre as mulheres, porque no momento em que se tira o direito de uma, começa-se a tirar os direitos de todas — afirmou.

A senadora Regina enfatizou a questão da violência contra a mulher. Ela disse que as mulheres não podem ter vergonha de denunciar, porque o feminicídio é anunciado.

— Ele começa com um bate-boca. Depois vem um empurrão. Aí depois é que vai aumentando a violência até chegar ao feminicídio. Então é preciso que a gente tenha esse cuidado: que no primeiro sintoma as mulheres denunciem, porque não tem que ter vergonha de denunciar. Quem tem que ter vergonha é quem pratica a violência.

Ângela Portela lembrou que a contribuição do Senado para o 8 de Março será a sessão solene que acontecerá no Plenário, às 11h, para homenagear mulheres com o prêmio Bertha Lutz.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)