Vanessa critica análise de proposta contra abuso de autoridade

Da Redação | 01/07/2016, 11h11

Em discurso nesta sexta-feira (1º), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) se mostrou incomodada com a lista de proposições prioritárias sugeridas pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, a serem votadas antes do recesso parlamentar. Entre elas, está um anteprojeto sobre abuso de autoridade que recuperaria o teor de outra proposta já em tramitação no Parlamento. A nova proposta, no entanto, teria o rito acelerado por estar sendo analisada em comissão especial.

Segundo a senadora, desengavetar um projeto que tramita desde 2009 e que prevê punições à atuação de autoridades, em plena vigência da Operação Lava Jato, é "querer mandar alguma espécie de aviso", mesmo que muitos abusos realmente estejam ocorrendo na atuação das forças policiais.

- Projetos como esse serem transformados em prioridade da pauta? Não são projetos que têm um objetivo concreto? Que visam dar recado? Posso até concordar com eles, mas não em discutir e votar neste momento – afirmou.

Para Vanessa, também não é a hora certa para acatar, na Casa, pedidos de impeachment contra o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na avaliação da parlamentar, qualquer aceitação de deliberar sobre esses pedidos soaria como alguma forma de vingança, e a população reagiria muito mal a essa atitude, por parecer “enfrentamento”.

Vanessa Grazziotin também criticou decisões da equipe econômica interina que, como observou, mesmo com deficit orçamentário, dispôs dos recursos públicos para dar benefícios aos estados mais desenvolvidos. Ela se referiu à renegociação das dívidas estaduais, que deixará de arrecadar quase R$ 50 bilhões, beneficiando estados como São Paulo e Rio de Janeiro.

Por isso, a senadora anunciou o início da coleta de assinaturas em apoio à proposta de ajuda extra de R$ 8 bilhões para estados do Norte e Nordeste, pouco endividados e aos quais não interessa nem desconto nem alongamento da dívida.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)