Semana de combate ao trabalho escravo terá atividades online — Rádio Senado
Comissões

Semana de combate ao trabalho escravo terá atividades online

Só em 2019, foram resgatados 1.054 trabalhadores em condições análogas à de escravo. Nesta semana, durante as atividades que celebram o 13 de maio, dia da abolição da escravatura no Brasil, o trabalho escravo contemporâneo terá destaque. Com o tema “De olho aberto para não virar escravo”, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) realiza a Semana de Comunicação de Combate ao Trabalho Escravo com transmissões online, por causa da pandemia de covid-19. Na quarta-feira (13), uma transmissão ao vivo vai questionar “O trabalho escravo ainda tem cor?”. Ao criticar a falta de auditores fiscais do trabalho, o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS) alertou para a possibilidade de aumento do trabalho escravo com a pandemia de covid-19. Reportagem, Iara Farias Borges.

12/05/2020, 19h00 - ATUALIZADO EM 12/05/2020, 19h00
Duração de áudio: 02:17
Superintendência Regional do Ministério do Trabalho / Divulgação

Transcrição
LOC: O 13 DE MAIO, DIA DA ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA NO BRASIL, SERÁ CELEBRADO EM EVENTOS ONLINE POR CAUSA DA PANDEMIA DE COVID-19. LOC: A SEMANA ORGANIZADA PELA PASTORAL DA TERRA ABORDA, DESDE SEGUNDA-FEIRA, TEMAS PARA CONSCIENTIZAR SOBRE O TRABALHO ESCRAVO CONTEMPORÂNEO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. TÉC: Abolida oficialmente há 132 anos, a escravidão se apresenta sob novas formas. Só em 2019, foram resgatados 1.054 trabalhadores em condições análogas à de escravo, informa a Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia. Os empregadores são registrados na lista suja do trabalho escravo, divulgada na página da Secretaria do Trabalho. E é este o alerta que a Comissão Pastoral da Terra faz durante a semana que celebra a abolição da escravatura. Com o tema “De olho aberto para não virar escravo”, a comissão realiza a Semana de Comunicação de Combate ao Trabalho Escravo. A ideia é conscientizar as pessoas sobre a existência desta realidade, que acontece tanto em áreas rurais como em centros urbanos. Nos últimos 25 anos foram resgatadas quase 55 mil pessoas em situação de trabalho degradante, informou o presidente da Comissão de Direitos Humanos, senador Paulo Paim, do PT gaúcho. Ele alerta sobre a possibilidade de aumento do trabalho escravo com a pandemia de covid-19. (Paulo Paim): “Infelizmente, o trabalho escravo é uma realidade no Brasil. Com a pandemia, a tendência é aumentar o trabalho escravo, no desespero, na fome e na miséria pessoas vão se sujeitar a qualquer tipo de atividade e aí aumenta a exploração”. (Rep): O senador Paim criticou a falta de auditores fiscais do trabalho para inspecionar todo o território brasileiro. (Paulo Paim): “O déficit, então, é de 1.544 cargos de auditor fiscal do trabalho, o maior dos últimos 25 anos. As vagas existem, mas o governo não realiza concurso. Enfim, infelizmente, o trabalho escravo aumenta, o número de fiscais diminui e o desespero a população se submete a qualquer situação para poder ganhar, praticamente, o correspondente à alimentação. Isso é desumano, é inaceitável”. (Rep): Entre as atividades da Comissão Pastoral da Terra está prevista uma live, uma transmissão ao vivo para questionar o tema “O trabalho escravo ainda tem cor?”. Toda a programação da semana pode ser acessada na página da Comissão Pastoral da Terra na internet. Da Rádio Senado, Iara Farias Borges.

Ao vivo
00:0000:00