Cortes de recursos para o Censo 2020 poderão impactar políticas sociais, diz deputado — Rádio Senado
Audiência pública

Cortes de recursos para o Censo 2020 poderão impactar políticas sociais, diz deputado

Em audiência pública na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização (CMO), especialistas alertaram sobre as dificuldades de implementar políticas públicas caso o Censo Demográfico de 2020 sofra restrições orçamentárias. O deputado Orlando Silva (PC do B – SP), que pediu o debate, observou que os cortes vão impactar especialmente os investimentos em programas de saúde, moradia e de combate à pobreza. Participaram do debate a representante da Associação de Servidores do IBGE (Assibge), Dione Conceição de Oliveira; e os pesquisadores Rogério Jerônimo Barbosa, da Universidade de São Paulo e Débora Castanheira Pires. Reportagem, Iara Farias Borges.

28/11/2019, 13h59 - ATUALIZADO EM 28/11/2019, 15h17
Duração de áudio: 02:31
Simone Mello / Agência IBGE Notícias

Transcrição
LOC: OS CORTES NO ORÇAMENTO PARA O CENSO DE 2020 VÃO IMPACTAR ÁREAS COMO SAÚDE, HABITAÇÃO E O COMBATE Á POBREZA. LOC: ESSA É A OPINIÃO DE ESPECIALISTAS QUE PARTICIPARAM DE AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO MISTA DE ORÇAMENTO. REPORTAGEM DE IARA FARIAS BORGES. (Repórter) Realizado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a cada dez anos, o próximo Censo, de 2020, poderá sofrer cortes, como sinalizou o ministro da Economia, Paulo Guedes. Haverá menos pesquisadores em campo para visitar os 70 milhões de domicílios e serão cortadas perguntas do questionário. Na avalição do deputado Orlando Silva, do PC do B de São Paulo, que pediu o debate, os cortes vão impactar os investimentos em programas de saúde, moradia e de combate à pobreza. (Orlando Silva) “Fica claro que há um risco iminente de o Brasil passar a fazer um voo cego. Sem informações nós criamos mais obstáculos para a estruturação de políticas públicas adequadas aos verdadeiros dilemas do Brasil. A sensação que eu tenho é que há quem imagine que não fazer o levantamento teria como efeito a inexistência dos problemas, da realidade dura, que existe no nosso país”. (Repórter) Sem informações precisas sobre a situação em que vivem os brasileiros, ressaltou a pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Débora Pires, será difícil implantar políticas para a saúde. Ao justificar os cortes, o governo informou que pretende usar dados de outras instituições, como lembrou o pesquisador da Universidade de São Paulo, Rogério Barbosa. (Rogério Barbosa) “Não existe nenhuma instituição que se comprometeu, de fato, ceder os dados para o IBGE para que a gente pudesse puxar isso depois e complementar as informações do Censo. Então, como essa coisa não está garantida, cortar perguntas para depois esperar que elas cheguem por fontes externas, não é nada sábio. Essas informações coletadas no nível individual são de extrema importância e é só assim que a gente consegue focalizar políticas e, de fato, fazer o Orçamento valer”. (Repórter) Representando a Associação de Servidores do IBGE, Dione de Oliveira espera que emendas ao Orçamento reservem mais dinheiro para o Censo 2020. (Dione de Oliveira) “A gente vem defender a emenda que foi feita pela Comissão do Idoso da Câmara dos Deputados de 1,2 bi, que aproximaria um pouco mais o orçamento do que seria o orçamento real do Censo, que é de 3,1 bi”. (Repórter) A recomposição dos recursos para o Censo 2020 será discutida em reunião de trabalho com o relator-geral do Orçamento, deputado Domingos Neto, do PSD cearense.

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