IFI publica último relatório de acompanhamento fiscal de 2025 — Rádio Senado
Economia

IFI publica último relatório de acompanhamento fiscal de 2025

A Instituição Fiscal Independente do Senado publicou, nesta quinta-feira (18), o último relatório de acompanhamento fiscal de 2025. Segundo a IFI, a flexibilização constante do novo arcabouço fiscal e o crescimento das despesas obrigatórias são alguns dos principais motivos para a insustentabilidade fiscal do Brasil. Ainda de acordo com o estudo, a discussão sobre um ajuste fiscal mais profundo será inevitável no médio prazo.

18/12/2025, 18h21 - atualizado em 18/12/2025, 18h29
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Transcrição
Crescimento das despesas obrigatórias, flexibilização constante do novo arcabouço fiscal e engessamento do orçamento público. De acordo com o relatório fiscal do mês de dezembro elaborado pela Instituição Fiscal Independente do Senado, esses são os principais motivos para que o atual regime fiscal do Brasil seja considerado insustentável. Segundo o diretor-executivo da instituição, Marcus Pestana, o país tem falhado em seus dois objetivos principais: estancar a dívida pública e ampliar o investimento público federal. Só para citar um exemplo, é inaceitável em pleno século XXI você ter 40% dos brasileiros sem acesso a esgoto, coleta de esgoto. É impensável na era da inteligência artificial você ter 40% dos brasileiros por deficiência de investimentos. E isso é um exemplo. Na ciência e tecnologia e na na infraestrutura, que são determinantes pro aumento da produtividade da economia, seria essencial. O economista reforçou, ainda, que a modernização resultante da reforma tributária em curso foi um avanço e que, devido a isso, o relatório estima um incremento anual de 0,2% do PIB. Entretanto, a rigidez do orçamento brasileiro, o mais engessado entre os países emergentes, deixa pouca margem de manobra para que o governo possa reverter a situação.  Quanto que o presidente da República tem para governar ano que vem? Dois trilhões e meio de reais em números redondos. Sete despesas levam 78% desse dinheiro. Se somar as despesas obrigatórias de saúde e educação, isso vai a 90%. Então, só sobra 10% para todo o restante, desde precatórios, que são despesas oriundas de decisões judiciais, até a gasolina da polícia rodoviária ou da Polícia Federal. Pelo relatório de acompanhamento fiscal, diante do cenário apresentado, o enfrentamento da discussão sobre um ajuste fiscal mais profundo será inevitável no médio prazo. Da Rádio Senado, Douglas Castilho

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