Maioria dos brasileiros não sabe como ajudar vítimas de violência doméstica — Rádio Senado
Conscientização

Maioria dos brasileiros não sabe como ajudar vítimas de violência doméstica

Uma pesquisa do Instituto Natura e da Avon mostra que 62% dos brasileiros não sabem como agir diante de casos de violência contra a mulher. O estudo integra o Índice de Conscientização sobre Violência, que mede o conhecimento da população sobre leis, tipos de agressão e canais de denúncia. O levantamento ouviu mais de 4 mil pessoas em todas as regiões do país e revelou que muitas vítimas nem conseguem identificar situações de violência psicológica, moral ou patrimonial. Para a antropóloga Beatriz Accioly, líder de Políticas Públicas pelo Fim da Violência Contra Meninas e Mulheres no Instituto Natura, é essencial que todos aprendam com ajudar mulheres que sofrem violência.

19/11/2025, 17h42 - atualizado em 19/11/2025, 18h06
Duração de áudio: 02:38
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Transcrição
Uma nova pesquisa do Instituto Natura e da Avon revela um dado preocupante: a maioria dos brasileiros ainda não sabe como agir diante de um caso de violência contra a mulher. Segundo o levantamento, 62% das pessoas dizem não ter informação suficiente para ajudar uma vítima. O dado faz parte do Índice de Conscientização sobre Violência contra as Mulheres, ferramenta inédita que mede o quanto a população conhece as leis, os tipos de violência e os canais de denúncia. Realizada entre julho e agosto, a pesquisa ouviu mais de 4 mil homens e mulheres de todas as regiões do Brasil. A antropóloga Beatriz Accioly, líder de Políticas Públicas pelo Fim da Violência Contra Meninas e Mulheres no Instituto Natura, afirma que, apesar dos números preocupantes, o resultado não surpreende.   (Beatriz Accioly) “Embora a sociedade brasileira reconheça, sim, a gravidade do problema, ainda faltam de maneira persistente informações de qualidade e a capacidade prática da resposta. O que a gente viu com esse índice é que o Brasil não é um país indiferente, mas muito mal preparado para fornecer respostas eficientes e eficazes e acolhimento e apoio às mulheres em situação de violência.”  Além disso, os dados mostram que a falta de informação atinge também as próprias vítimas: quatro em cada dez mulheres não conseguem identificar sozinhas situações de violência, principalmente quando se trata de agressões psicológicas, morais ou patrimoniais E seis em cada dez entrevistados ainda acreditam que conflitos entre casais devem ser resolvidos apenas entre os parceiros, o que aumenta a sensação de isolamento das vítimas.   Beatriz Aciolly alerta que a falta de informação dificulta o socorro às mulheres que enfrentam violência. (Beatriz Accioly) “O que acaba acontecendo é que se a gente tem uma sociedade que se considera despreparada, a gente acaba deixando as mulheres em situação de violência cada vez mais na esfera do silêncio ou na esfera da dificuldade de buscar ajuda.”  As ações dos 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher seguem até 10 de dezembro e buscam sensibilizar toda a sociedade para identificar, prevenir e combater todas as formas de violência contra mulheres e meninas. Da Rádio Senado, com supervisão de Ana Beatriz Santos, Bianca Pereira. 

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