Senadores querem explicações sobre acordo sigiloso no Banco Central — Rádio Senado
Economia

Senadores querem explicações sobre acordo sigiloso no Banco Central

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) aprovou convites para ouvir o presidente do Coaf, Ricardo Saadi, e o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo. O objetivo é que expliquem o polêmico acordo de leniência de R$ 300 mil entre Galípolo e seu antecessor, Roberto Campos Neto, referente a irregularidades na época em que presidiu o Santander. A CAE também quer que Saadi detalhe os riscos das chamadas "contas-ônibus".

30/10/2025, 07h27 - atualizado em 30/10/2025, 18h31
Duração de áudio: 02:30
Andressa Anholete/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE ASSUNTOS ECONÔMICOS DEVE OUVIR O PRESIDENTE DO COAF PARA EXPLICAR O ACORDO DE LENIÊNCIA FEITO COM O EX-PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL, CAMPOS NETO. O ATUAL PRESIDENTE DA INSITUIÇÃO, GABRIEL GALÍPOLO, JÁ FOI CONVIDADO PARA EXPLICAR O CASO. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou um convite para ouvir o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, Ricardo Saadi. Ele deverá esclarecer os detalhes do acordo de leniência feito pelo atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, com o ex-presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O acordo encerrou um processo administrativo contra Campos Neto relacionado a operações de câmbio na época em que ele presidia o Banco Santander. O convite foi uma iniciativa do presidente da CAE, senador Renan Calheiros, do MDB de Alagoas, que criticou a falta de transparência da operação.  (senador Renan Calheiros) "Quando esteve à frente do Santander, movimentou, durante mais de dois anos, uma série de contas-fantasmas, sem contabilidade posta, e isso sem transparência nenhuma. Ele fez um acordo de leniência, e o ex-presidente do Banco Central pagou R$ 300 mil na pessoa física! Não se sabe por que o presidente do Banco Central, o atual presidente, fez isso e não deu publicidade." A CAE já havia pedido informações ao atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para esclarecer os termos e a motivação jurídica desse acordo, considerado inédito na instituição. O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, também quer explicações sobre o uso das chamadas “contas-ônibus”, usadas por fintechs dentro de bancos tradicionais para movimentar dinheiro de forma irregular. (senador Eduardo Braga) "É uma conta-corrente que é aberta nos grandes bancos pelas fintechs não controladas pelo Banco Central e que operam as bets ilegais, que operam as companhias do PCC, que operam a lavagem de dinheiro e usam isso dentro da estrutura bancária brasileira como se lícito fosse o dinheiro que está sendo operado dentro dessas contas."  Eduardo Braga também sugeriu ouvir o presidente do Santander, Mário Leão, para explicar como o banco permitiu movimentações consideradas irregulares. A data das audiências com o presidente do Coaf, Ricardo Saadi, e com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, ainda serão definidas pela comissão. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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