Parlamentares da CPMI suspeitam que Cícero Marcelino seja laranja na distribuição de recursos da Conafer — Rádio Senado
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Parlamentares da CPMI suspeitam que Cícero Marcelino seja laranja na distribuição de recursos da Conafer

O empresário Cícero Marcelino disse à CPMI do INSS que não ficava com os milhões repassados pela Conafer às suas empresas, que teriam movimentado cerca de R$ 300 milhões. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), questionou gastos e a relação de Cícero com o presidente da entidade, Carlos Lopes. O deputado Rogério Correia (PT-MG) apontou indícios de lavagem de dinheiro, e o senador Izalci Lucas (PL-DF) defendeu investigação também pela Receita Federal.

16/10/2025, 18h49 - atualizado em 16/10/2025, 18h52
Duração de áudio: 02:24
Foto: Carlos Moura/Agência Senado

Transcrição
LOC: PARLAMENTARES DA CPMI DO INSS SUSPEITAM QUE EMPRESÁRIO QUE MOVIMENTOU CERCA DE 300 MILHÕES DE REAIS NOS ÚLTIMOS ANOS SEJA LARANJA DE DIRIGENTES DA CONAFER. LOC: CÍCERO MARCELINO AFIRMOU EM DEPOIMENTO À CPMI QUE SÓ PRESTOU SERVIÇOS PARA A ORGANIZAÇÃO. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. Cícero Marcelino, dono de diversas empresas que prestavam serviços para a Conafer, afirmou aos parlamentares da CPMI do INSS que não ficava com os milhões de recursos repassados pela organização às suas empresas. A estimativa é que 300 milhões de reais tenham sido movimentados. Uma das empresas de Cícero de promoção de eventos movimentou quase 100 milhões de reais, como apontou o relator da CPMI, deputado federal Alfredo Gaspar, do União de Alagoas. (Alfredo e Cícero) - (Alfredo) Olha, 96 milhões de reais é muito dinheiro. Qual o serviço prestado? (Cícero) A CONAFER tinha vários eventos. Um exemplo, teve na Bahia um uma reunião indígena com 2, 3.000 indígenas. Então a gente faz todo atendimento de palco, de estrutura, de comida, de brinquedo, de presentes, de brindes. Alfredo Gaspar ainda questionou a relação pessoal de Cícero com Carlos Lopes, presidente da CONAFER. Cícero afirmou que tinha a confiança de Carlos e por isso havia operações financeiras entre ele e o dirigente da organização. (Alfredo e Cícero) - (Cícero) Eu mandava da minha conta física 20.000, 30.000 pro Carlos. (Alfredo) Para quê? (Cícero) Então, às vezes por solicitação dele mesmo. Sim. Então, às vezes por solicitação dele mesmo. O que ele ia fazer com o recurso? Eu não consigo falar pro senhor.   O deputado Rogério Correia, do PT de Minas Gerais, ressaltou que Cícero participou de um esquema clássico de lavagem de dinheiro. Rogério Correia - Me parece uma coisa muito simples de entender até agora. A CONAFER pegava o dinheiro do aposentado. A gente já sabe dessa história. O aposentado nem sabia o que era CONAFER. Ele descontava dinheiro R$ 30, R$ 40, R$ 50 de cada um. Milhões de aposentados, bilhões de dinheiro. Esse dinheiro era então da CONAFER passado para fazer uma lavagem de dinheiro. Ele utilizava essas empresas, recebia da CONAFER e fazia o pagamento que a CONAFER determinava. O senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, afirmou que a Receita Federal também deve ser acionada para investigar a situação. Izalci - Criou 500 empresas, transferiu o recurso para lá e ele fazia os pagamentos. Então, em vez de usar diretamente, usava essas empresas. Eu até tenho que ver a Receita Federal, será que não tá vendo isso? Será que essas empresas todas que foram citadas aqui estão pagando imposto? Alfredo Gaspar, relator da CPMI, argumentou que não solicitou a prisão de Cícero Marcelino por ele ser uma peça pequena dentro do esquema e que, de fato, quem deve ser punido são os “tubarões”. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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