Senadores reagem à execução de delegado em SP e defendem combate ao crime organizado
A execução do ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Fontes, atribuída ao Primeiro Comando da Capital (PCC), repercutiu entre senadores, que cobraram medidas mais duras contra o crime organizado. A Comissão de Constituição e Justiça deve votar, na próxima semana, projeto que aumenta as penas para roubo com armas de uso restrito, tráfico de armas e formação de milícias (PL 4809/2024). A proposta também prevê a dispensa de licitação na compra de equipamentos para as polícias.

Transcrição
A EXECUÇÃO DO EX-DELEGADO-GERAL DE SÃO PAULO, RUY FONTES, REPERCUTIU NO SENADO.
O PCC, PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL, É O PRINCIPAL SUSPEITO DO ASSASSINATO E SENADORES DEFENDEM MEDIDAS DE COMBATE AO CRIME ORGANIZADO. REPÓRTER BRUNO LOURENÇO.
O ex-delegado geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes tinha 64 anos e foi executado após uma emboscada em Praia Grande, no litoral do estado.
A ação foi registrada em vídeo e ganhou repercussão nacional.
A senadora Tereza Cristina, do Progressistas de Mato Grosso do Sul, e o senador Jorge Seiff, do PL de Santa Catarina, disseram que o Brasil não pode assistir paralisado à ascensão do crime organizado.
Sergio Moro, senador do União do Paraná, lembrou que o delegado comandava a polícia de São Paulo quando os líderes do PCC foram isolados em presídios federais de segurança máxima.
Por isso, teria sido jurado de morte por um dos líderes da organização, Marcos William Herbas Camacho, o Marcola.
Os senadores Fabiano Contarato, do PT do Espírito Santo, e Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, ambos ex-delegados, prestaram solidariedade à família e pediram a responsabilização dos criminosos.
O senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, manifestou preocupação com o avanço do crime em setores como o de combustíveis e mercado financeiro. E defendeu atualizar a legislação e equipar as forças policiais.
(senador Izalci Lucas) "Por exemplo, aqui em Brasília hoje nós temos o menor contingente da história, seja da polícia civil, seja da polícia militar. E é uma burocracia muito grande para você fazer concurso e tal. Então a gente precisa rever essas coisas, porque tem que usar a tecnologia, tem que ter investimento, não é? Então acho que ele tem que se preparar, porque a coisa está ficando muito difícil."
A Comissão de Constituição e Justiça do Senado deve votar um projeto que prevê o pagamento de multa para a progressão de regime nos casos de organizações criminosas, penas maiores para o tráfico de armas de grosso calibre e a dispensa da licitação para a aquisição de bens ou serviços para a prevenção ou repressão de crimes. Da Rádio Senado, Bruno Lourenço.

