Audiência na Comissão de Educação debate violência contra professores — Rádio Senado
Violência Escolar

Audiência na Comissão de Educação debate violência contra professores

A violência contra professores foi apontada como um dos principais desafios para garantir uma educação de qualidade e mais humana. O tema foi debatido em audiência pública da Comissão de Educação, por sugestão do senador Paulo Paim (PT-RS), que destacou o aumento desses ataques nos últimos dez anos.

15/09/2025, 13h59 - atualizado em 15/09/2025, 14h06
Duração de áudio: 02:57
Foto: Saulo Cruz/Agência Senado

Transcrição
FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES, CRIAÇÃO DE UM AMBIENTE DE RESPEITO E INCENTIVO À CULTURA DE PAZ COM AÇÕES EFETIVAS DE PROTEÇÃO AOS FUNCIONÁRIOS DA EDUCAÇÃO. ESSES FORAM ALGUNS ASSUNTOS DEBATIDOS NA AUDIÊNCIA SOBRE A VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS NA COMISSÃO DE EDUCAÇÃO DO SENADO. REPÓRTER RODRIGO RESENDE. A violência no ambiente escolar, especialmente contra professores, foi tema de audiência pública da Comissão de Educação do Senado. O senador Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, destacou  o aumento desse tipo de ataque na última década. (senador Paulo Paim) "Em 2013, o Brasil registrou cerca de 3,7 mil vítimas de violência interpessoal em ambiente escolar. Em 2023, esse número saltou para 13,1 mil, um aumento de aproximadamente 254% nos últimos 10 anos." A coordenadora-Geral de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas do Ministério da Educação, Thaís Santos, defendeu a formação continuada dos professores e gestores, além de um olhar atento para as violências sofridas pelos profissionais da educação. (Thaís Santos) "É necessário cada vez mais uma formação continuada para os professores e equipes sobre gestão de conflitos, sobre práticas restaurativas, sobre manejo de situações de tensão no chão da escola. Os protocolos eles também são importantes, assim como apoio psicossocial, atendimento jurídico e acionamento da rede intersetorial para o docente, em caso de ameaça, enfim, em caso de uma efetiva de uma violência que o atinja de alguma forma." A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Cirlene Luiza Zimmermann, lembrou que 112 professores foram afastados por dia por problemas de saúde mental em 2023, no estado de São Paulo. Ela defendeu uma nova forma de valorização do trabalho docente no País. (Cirlene Luiza Zimmermann) "Então, qualquer violação à dignidade daquele trabalho executado em sala de aula, porque é um ambiente de aprendizagem, um ambiente escolar, mas é um ambiente de trabalho também. Por isso, nós precisamos lembrar que esse trabalho precisa ser digno, seguro, saudável. E quando falamos de pequenas violações em termos de saúde e segurança desses trabalhadores, desses profissionais da educação, nós estamos falando em uma violação de direitos humanos e nessas violências que muitas vezes acabam sendo admitidas e sendo geradoras de muitas outras violências." O presidente da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino, Paulino Delmar Rodrigues Pereira, apresentou um estudo que aponta soluções como reconhecimento facial, monitoramento de redes sociais, bancos de dados atualizados e o programa Ronda Escolar das polícias como maneiras para se reduzir os casos de violência. A audiência contou também com a participação do jornalista Otávio Mota, diretor do documentário “Entre Arquivos e Lembranças”. O filme mostra a trajetória do professor Carlos Mota, pai de Otávio, assassinado em 2008, quando era diretor de uma escola pública no Distrito Federal, por desenvolver atividades de combate às drogas. Da Rádio Senado, Rodrigo Resende.

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