Relatório aponta desafios estruturais no Marajó — Rádio Senado
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Relatório aponta desafios estruturais no Marajó

A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) aprovou relatório da “Missão Marajó”, que aponta exploração sexual, tráfico, desnutrição e falta de estrutura no arquipélago paraense. O documento elaborado pelos parlamentares recomenda a criação de delegacias especializadas, a oferta de barcos para a atuação dos conselhos tutelares e a federalização do caso Elisa Ladeira, uma criança desaparecida desde 2023.

29/08/2025, 13h59 - atualizado em 29/08/2025, 14h26
Duração de áudio: 02:41
Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS REFORÇOU AS RECOMENDAÇÕES PARA SEGURANÇA, SAÚDE E COMBATE A CRIMES CONTRA CRIANÇAS NO MARAJÓ. O DOCUMENTO ELABORADO PELOS SENADORES FOI ENVIADO AO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. REPÓRTER MARCELLA CUNHA. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa aprovou o relatório da diligência realizada no Arquipélago do Marajó, no Pará. Apresentado pela presidente do colegiado, senadora Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, o documento aponta graves problemas de violação de direitos humanos, como exploração sexual, tráfico de pessoas, desnutrição infantil e falta de estrutura estatal em áreas isoladas da região. O documento, fruto da “Missão Marajó” realizada em junho, será encaminhado ao Ministério Público Federal. A comitiva do Senado, que incluiu deputados federais e estaduais, esteve nas cidades de Breves e Anajás para avaliar a situação, dialogar com autoridades e comunidades, e coletar provas sobre as violações. vítimas. Damares Alves citou os casos da menina Amanda Julie, assassinada em 2022, e de Elisa Ladeira, desaparecida desde 2023. Esse inquérito estava encerrado e foi reaberto por conta desses novos fatos. Depois da nossa vinda e já depois da elaboração do relatório, fomos procurados, a semana passada, de novo pela família de Elisa. Por isso que nós pedimos a federalização da investigação, especialmente do caso da menina Elisa. Já conversei com o Ministro da Justiça e agora eu espero que o Ministério Público Federal também nos ajude na federalização do caso. Entre as recomendações do relatório estão a criação de delegacias especializadas da criança e do adolescente, mutirões de registro civil em áreas ribeirinhas e ampliação da saúde itinerante. O documento também resgatou a importância de fortalecer os conselhos tutelares, com proteção institucional e melhores salários, e de criar protocolos para o transporte fluvial, principal meio de deslocamento no arquipélago, como lembrou a senadora Damares. Pasmem os senhors, tem delegacia que não tem embarcação. E as ruas do Marajó são rios, não ficar mandando carro, eles precisam de barcos!  Então, para ir a uma comunidade isolada, eles não têm como ir. Então, tem inúmeras comunidades que o conselho tutelar nunca visitou. A polícia, quando precisa fazer uma diligência nessas áreas, tem que pedir um barco emprestado à prefeitura. Para Damares Alves, a diligência confirmou a gravidade das violações de direitos humanos no Marajó, mas também revelou a necessidade de maior presença estatal para oferecer alternativas à população local. Por isso, a senadora defendeu a continuidade das visitas parlamentares à região para acompanhar de perto a implementação das medidas sugeridas. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.

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