Uso inadequado de antibióticos preocupa especialistas e mobiliza Senado — Rádio Senado
Cuidado com remédios

Uso inadequado de antibióticos preocupa especialistas e mobiliza Senado

O uso inadequado de antibióticos tem preocupado especialistas e mobilizado o Senado. Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Infectologia mostrou falhas graves em hospitais, como o ajuste incorreto de dosagens, aumentando o risco de resistência antimicrobiana, problema que a OMS já classifica como crise silenciosa. Senadores que também são médicos, como o Dr. Hiran (PP-RR), defendem campanhas de conscientização e alertam para os riscos da automedicação sem acompanhamento clínico adequado.

22/08/2025, 11h12
Duração de áudio: 02:34
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Transcrição
O USO INDISCRIMINADO DE MEDICAMENTOS, ESPECIALMENTE ANTIBIÓTICOS, TEM GERADO PREOCUPAÇÃO ENTRE ESPECIALISTAS E PARLAMENTARES. PARLAMENTARES MÉDICOS ALERTAM PARA OS RISCOS DA AUTOMEDICAÇÃO E DA PRESCRIÇÃO SEM ACOMPANHAMENTO ADEQUADO. REPÓRTER HENRIQUE NASCIMENTO. Quando a dor de cabeça ou de garganta aparece, muita gente recorre logo a um remédio por conta própria, sem procurar um médico. Mas esse hábito, que parece inofensivo, é cada vez mais motivo de preocupação.  E o aposentado Pedro Seabra já sabe: remédio, só com receita. (Pedro Seabra) "Eu não faço isso de maneira alguma, já tenho uma experiência sobre isso, eu acho que todo mundo deve procurar o médico sim. Tem, quando não tem, reclama que ele vai aparecer, porque é obrigatório, é lei, você tem esse direito. Então eu acho que ninguém deve arriscar tomar remédio nenhum sem autorização médica." A preocupação tem motivo. Uma pesquisa revelou que um em cada cinco hospitais não ajusta corretamente a dosagem de antibióticos. Cerca de 90% ainda usam os medicamentos de forma experimental. De iniciativa da Sociedade Brasileira de Infectologia, dentro da campanha “Será que precisa?”, o levantamento alerta para o risco da resistência antimicrobiana, considerada pela Organização Mundial da Saúde uma crise silenciosa capaz de superar o câncer em mortes até 2050. No Senado, parlamentares que também são médicos chamam atenção para o problema. As senadoras Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, e Dra. Eudócia do PL da Alagoas, defendem campanhas de conscientização. Já o senador Dr. Hiran, do Progressistas de Roraima, lembra que prescrever medicamentos exige diagnóstico clínico e formação médica adequada. Ele citou que a recente tentativa, já revogada, de farmacêuticos prescreverem remédios poderia agravar o quadro.   (senador Dr. Hiran) "Para se prescrever uma droga para alguém, nós precisamos ter conhecimento de exame clínico, de semiologia, enfim, de diagnóstico preciso, de acervo bioquímico ou de acervo de exames de imagem para formar o nosso convencimento do diagnóstico e instituir a terapêutica adequada, na dosagem adequada, pelo tempo adequado. E, para se fazer isso, há que se fazer medicina, há que se estudar medicina, há que se ter no currículo essas matérias que são fundamentais para que nós possamos diagnosticar e prescrever." A pesquisa alertou que sem o uso correto, bactérias podem se tornar cada vez mais resistentes, comprometendo tratamentos de infecções comuns. O estudo da Sociedade Brasileira de Infectologia foi realizado em mais de 100 hospitais brasileiros.  Com supervisão de Hérica Christian, da Rádio Senado, Henrique Nascimento.

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