Oposição desocupa plenário, mas vai insistir em processo contra Moraes e anistia
Ao desocupar o Plenário do Senado, a oposição disse ter 41 assinaturas num pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) avalia que esse apoio é uma pressão política para o processo ser aberto. Já o líder do PT, senador Rogério Carvalho (SE), declarou que a decisão final será do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, com base na fundamentação do requerimento.

Transcrição
APESAR DE DEIXAR OS PLENÁRIOS DO SENADO E DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, A OPOSIÇÃO INSISTE NA VOTAÇÃO DA ANISTIA E DE PROCESSO CONTRA O MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
GOVERNISTAS QUEREM VOTAR PROJETOS DE INTERESSE DO PAÍS, A EXEMPLO DA ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA PARA QUEM GANHA ATÉ CINCO MIL REAIS MENSAIS. AS INFORMAÇÕES COM A REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Após dois dias de ocupação dos Plenários do Senado e da Câmara dos Deputados, parlamentares da oposição decidiram interromper o processo de obstrução em resposta à prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Ao reiterar que o Congresso Nacional vai continuar votando projetos de interesse do País, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, citou a aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até dois salários mínimos.
O senador Flávio Bolsonaro, do PL do Rio de Janeiro, disse que esse movimento foi necessário para que as pautas da oposição sejam votadas.
Ele destacou que um dos pedidos de abertura de processo de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, conta com o apoio de 41 senadores, o que representa uma pressão política.
(senador Flávio Bolsonaro) "É um número legal para se iniciar um processo de impeachment e o suficiente para afastar o ministro Alexandre de Moraes por 6 meses enquanto durar o devido processo legal aqui no Senado. Então é uma marca histórica que foi conquistada por causa principalmente do povo e porque eu acho que há um consenso aqui de que do jeito que as coisas estão não estão indo bem. Na minha opinião, claramente, o Alexandre de Moraes comete sistematicamente crimes de responsabilidade."
Esse último pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes será encaminhado para a Mesa analisar os fundamentos da denúncia.
O líder do PT, senador Rogério Carvalho, de Sergipe, afirmou que a oposição quer usar o Senado para impedir o julgamento do ex-presidente Bolsonaro.
Ele ressaltou que os senadores devem se dedicar à votação de projetos de interesse da população, a exemplo da isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais.
(senador Rogério Carvalho) "Essas 41 assinaturas não significam nada, a não ser pessoas que deram o nome para abrir uma investigação. Se tiver que abrir uma investigação é de responsabilidade do presidente do Senado, que tem que fazer uma avaliação se tem ou não fundamento jurídico, mas é uma decisão do presidente do Senado. Pode ter 80 assinaturas, isso não resolve. Isso é uma forma de fazer pressão e de colocar esta opinião."
Além do pedido de impeachment contra o ministro do STF, a oposição também pede que o Senado se manifeste contra as medidas cautelares decretadas contra o senador Marcos do Val, do Podemos do Espírito Santo, que incluem o bloqueio do salário e da verba de gabinete e a proibição do uso das redes sociais.
Por determinação do presidente do Senado, a Advocacia da Casa vai pedir que o Supremo reconsidere a questão.
Os parlamentares oposicionistas querem ainda a votação do projeto que anistia os envolvidos nos ataques do dia 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado. Esses dois projetos estão na Câmara dos Deputados. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

