Senadores reagem a tarifaço dos Estados Unidos

Transcrição
PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES DEFENDE DIÁLOGO COM OS ESTADOS UNIDOS PARA REVER TARIFAÇO SOBRE OS PRODUTOS BRASILEIROS. ALIADOS DE LULA CONSIDERAM A DECISÃO EQUIVOCADA E UMA TENTATIVA DE INTERFERÊNCIA NA SOBERANIA DO PAÍS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN. O presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, defendeu que o governo brasileiro busque os caminhos diplomáticos para derrubar o tarifaço de 50% sobre os produtos exportados para os Estados Unidos. Ao anuciar a taxação, o presidente Donald Trump alegou questões comerciais e criticou o Supremo Tribunal Federal pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na ação dos atos antidemocráticos e pelas decisões contrárias às plataformas de redes sociais com ataques à democracia.  Ao destacar os impactos negativos para o agronegócio e a indústria do Brasil, Nelsinho Trad acredita que até o início de agosto o governo deverá intensificar as negociações com a Casa Branca.   Antes da taxação de 50%, ele revelou que um grupo de senadores foi convidado para ir a Washington negociar as tarifas anunciadas no início do ano sobre o aço e o alumínio.    Voltamos a insistir no caminho do diálogo, do entendimento e da diplomacia. Inclusive, esse caminho foi estimulado pelo próprio encarregado de negócios da embaixada americana que responde no Brasil pelo cargo de embaixador dos Estados Unidos, que nos solicitou formar uma comissão de quatro parlamentares para que a gente pudesse ir até Washington e sentar e retomar a busca do entendimento e do diálogo. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, classificou de absurda e equivocada a tarifa de 50% ao lembrar que a balança comercial é favorável aos Estados Unidos há mais de 10 anos, já que o Brasil compra mais produtos norte-americanos.  Humberto Costa também considera que o tarifaço é uma tentativa da Casa Branca de intimidar o STF em meio ao julgamento de Bolsonaro.  O que pretende o governo americano é interferir na soberania do nosso país, interferir no Poder Judiciário, que tem no Brasil independência e autonomia em relação aos outros poderes. O mais grave é que não será uma medida que vai prejudicar somente o Brasil, mas também isso vai ter uma repercussão para o próprio governo americano porque não irá substituir com facilidade os produtos que o Brasil exporta para lá. E esses produtos vão sofrer um acréscimo contribuindo inclusive para inflação norte-americana.  Ao destacar que o Brasil é um país soberano com instituições independentes, o presidente Lula declarou que os produtos dos Estados Unidos poderão ter as mesmas taxas, como estabelece a Lei de Reciprocidade Econômica, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. Da Rádio Senado, Hérica Christian.