Dia Mundial sem Tabaco: os disfarces da nicotina — Rádio Senado
Saúde Pública

Dia Mundial sem Tabaco: os disfarces da nicotina

31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco, uma data instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde. A campanha de 2025 traz como tema: “Desmascarando a indústria do tabaco: expondo as táticas das empresas para tornar os produtos de tabaco e nicotina mais atrativos”. A pneumologista Gilda Elizabeth alerta para os sintomas que aparecem com o uso de cigarros eletrônicos, vapes e narguilés. No Senado Federal, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) apresentou um projeto de lei (PL 5.008/2023) para regulamentar esses produtos, proibindo a venda para menores de 18 anos e restringindo sabores e aromatizantes voltados ao público infantil.

29/05/2025, 15h47 - atualizado em 29/05/2025, 15h53
Duração de áudio: 02:52
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Transcrição
O DIA 31 DE MAIO, MARCA O DIA MUNDIAL SEM TABACO, DATA CRIADA PELA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE EM 1987. COM O PASSAR DOS ANOS, ALÉM DO CIGARRO TRADICIONAL, SURGIRAM OUTRAS FORMAS DE CONSUMO, COMO O CIGARRO ELETRÔNICO, O VAPE E O NARGUILÉ. NO BRASIL, EMBORA ESSES PRODUTOS SEJAM AMPLAMENTE UTILIZADOS, PRINCIPALMENTE POR JOVENS, SUA COMERCIALIZAÇÃO É ILEGAL. A AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO OU PROIBIÇÃO CLARA ACABA FACILITANDO O ACESSO E AGRAVANDO UM PROBLEMA, SOCIAL E DE SAÚDE PÚBLICA. OS DETALHES COM A REPÓRTER ISABEL CRISTINA 31 de maio é o Dia Mundial sem Tabaco, uma data instituída em 1987 pela Organização Mundial da Saúde. A campanha de 2025 traz como tema: “Desmascarando a indústria do tabaco: expondo as táticas das empresas para tornar os produtos de tabaco e nicotina mais atrativos”. Segundo a OMS, um dos maiores desafios atuais da saúde pública é enfrentar o apelo desses produtos. A indústria do tabaco tem investido em estratégias para deixá-los mais atraentes, especialmente ao público jovem, por meio da adição de sabores e substâncias que alteram o cheiro, o gosto e até a aparência dos produtos. A pneumologista Gilda Elizabeth, da Universidade Católica de Brasília, atende diversos jovens que fazem uso de dispositivos eletrônicos para fumar. Ela chama atenção para os sintomas mais comuns apresentados por esses pacientes: (Gilda Elizabeth) "Com frequência, eu atendo pacientes, pessoas jovens que usam cigarro eletrônico. Que às vezes eles nem relacionam que os sintomas são devido a isso. Sintoma de tosse, uma tosse persistente, uma falta de ar, chiado no peito, até uma piora da função pulmonar. Eles relatam que antes conseguiam jogar um futebol, jogar um tênis e agora nem tanto. Então, essa queda da função pulmonar precoce também é ocasionada pelo uso do cigarro eletrônico". A senadora Soraya Thronicke, do Podemos de Mato Grosso do Sul, apresentou um projeto de lei para regulamentar os cigarros eletrônicos no país, estabelecendo normas claras para sua comercialização e uso. Dentre as medidas propostas estão: proibição da venda para menores de 18 anos, proibição de dispositivos com visual e sabores atrativos ao paladar infantil e exigência de registro sanitário junto à Anvisa para comercialização. (senadora Soraya Thronicke) "Por que que eu não posso processar o dono disso aqui? Porque está liberado geral, porque tem alguém protegendo ou contrabandista ou traficante também. Eu não sei como enquadrar, porque se o produto é ilícito, em tese, é que eu tenho nicotina. Em tese, é nicotina. Mas as pessoas podem estar fumando, inalando, qualquer coisa." Segundo a OMS o cigarro é o principal fator de morte evitável do mundo. Embora os cigarros eletrônicos, vapes ou pods, não contenham a queima direta do tabaco, eles não estão livres dos riscos. A principal substância presente nesses dispositivos é a nicotina, a mesma responsável pela dependência nos cigarros tradicionais. E em alguns casos, a concentração de nicotina no vape é maior do que a encontrada no cigarro comum. Com a supervisão de Maurício de Santi da Rádio Senado, Isabel Cristina.

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