Gripe aviária: Carlos Fávaro destaca eficiência de sistema sanitário nacional
Em audiência pública nesta terça-feira (27), a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária ouviu os relatos do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, sobre as medidas adotadas para enfrentar a crise sanitária de gripe aviária, que teve como foco inicial uma granja no Rio Grande do Sul. Ele destacou a eficiência do sistema sanitário nacional que, em poucos dias, isolou a granja gaúcha, abateu animais contaminados, eliminou ovos comercializados nos 28 dias anteriores e submeteu trabalhadores a testes.

Transcrição
O MINISTRO DA AGRICULTURA, CARLOS FÁVARO, ANUNCIOU QUE O BRASIL DEVE VOLTAR A SER RECONHECIDO COMO PAÍS LIVRE DA GRIPE AVIÁRIA NAS PRÓXIMAS TRÊS SEMANAS. A AFIRMAÇÃO FOI FEITA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA NA COMISSÃO DE AGRICULTURA E REFORMA AGRÁRIA NESTA TERÇA-FEIRA. OS DETALHES COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS.
Em audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que nas próximas três semanas o Brasil deve ser anunciado novamente como país livre da gripe aviária. Ele explicou que o protocolo seguido pelas autoridades depois de vir à tona o surgimento da doença em granja no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, mostrou ao mundo a transparência e a qualidade do sistema sanitário nacional. De acordo com Carlos Fávaro, a granja foi rapidamente isolada, os animais contaminados foram abatidos, os ovos comercializados nos 28 dias anteriores eliminados e os trabalhadores submetidos a testes.
Quanto ao embargo internacional à carne de frango produzida no Brasil, Carlos Fávaro disse que de 160 parceiros comerciais, apenas 24 impuseram barreira total. Outros 13, apenas ao produto gaúcho, e alguns fecharam as portas da carne produzida num raio de 10 quilômetros do foco inicial, como é o caso do Japão, onde 70% dessa proteína é brasileira. O ministro adiantou que uma das medidas que pretende implementar, ao passar a crise, é revisar gradativamente esses acordos, para regionalizar embargos futuros.
(ministro Carlos Fávaro) "O que nós estamos fazendo já aconteceu, por exemplo, a Rússia, que podia fechar o Brasil todo, fechou e já voltou a restringir somente o Rio Grande do Sul. Há encaminhamentos com a Coreia do Sul para que ela venha a restringir só o Rio Grande do Sul, mas é uma livre iniciativa. A gente prestando informações com transparência, os países vão se dando por satisfeito e restringindo menos a restrição comercial com o Brasil".
Representantes do Rio Grande do Sul, os senadores Hamilton Mourão, do Republicanos, e Luis Carlos Heinze, do Progressistas, elogiaram o trabalho rápido do ministério no enfrentamento da crise da gripe aviária. Eles aproveitaram para cobrar de Carlos Fávaro medidas de prorrogação e repactuação da dívida de produtores gaúchos, afetados nos últimos anos por secas e enchentes, como relatou Luis Carlos Heinze.
(senador Luis Carlos Heinze) "Precisamos dessa definição. Sei que vocês também já conversaram com o próprio ministro Simone. É uma questão de ajustar o orçamento, mas o pessoal não aguenta mais. São milhares produtores, os protestos continuam, vão se avolumar agora a partir dessa semana. Então é o desespero do pessoal e a pressão que os bancos estão fazendo".
Carlos Fávaro disse que o governo deve anunciar a prorrogação das dívidas dos produtores gaúchos e anunciou que um grupo de trabalho deve iniciar estudos para apresentar medidas estruturantes.
(ministro Carlos Fávaro) "Para financiar a irrigação, para financiar a recuperação de solo e mais do que isso, a forma de acesso a esse crédito, porque com o endividamento recorrente, a prorrogação, como que ele vai acessar? Quando ele chega e encosta um bico no balcão lá no banco, você diz, cadê a garantia? Então a gente tem que achar a forma de acesso para que dê a viabilidade inclusive para que ele repactue o passivo e tenha capacidade de investimento e o faça e volte a produzir com normalidade".
Carlos Fávaro defendeu ainda que o Congresso Nacional aprove duas propostas para minimizar os impactos econômicos de crises sanitárias: uma prevê a criação de um fundo sanitário nacional para indenizar as perdas dos produtores; a outra, permite a criação de um fundo privado para o pagamento de uma indenização aos auditores fiscais federais agropecuários que, em dia de folga, fiscalizarem, voluntariamente, estabelecimentos de produtos de origem animal, sob o regime da inspeção permanente. Da Rádio Senado, Alexandre Campos.

