Enfrentamento ao tráfico de pessoas é tema de debate em audiência pública
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) fez uma audiência pública, nesta terça-feira (20), para debater o combate ao tráfico humano. Considerado como crime de alta complexidade, a prática pode submeter pessoas ao trabalho forçado, exploração sexual, adoções ilegais e tráfico de órgãos. O fundador da Operation Underground Railroad, Tim Ballard, participou do debate. A história dele, como ex-agente dos Estados Unidos que se dedicou ao resgate de crianças traficadas, inspirou o filme “Som da Liberdade”.
Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS REALIZOU UMA AUDIÊNCIA PÚBLICA, NESTA TERÇA-FEIRA, PARA DEBATER O COMBATE AO TRÁFICO HUMANO.
OS PARTICIPANTES ABORDARAM NÚMEROS DE DESAPARECIMENTO, SUBNOTIFICAÇÃO DE CASOS E A FORMA COMO OS ESQUEMAS DE TRÁFICO ACONTECEM. REPÓRTER LANA DIAS.
A Comissão de Direitos Humanos debateu o enfrentamento ao tráfico humano, especialmente de crianças e adolescentes, durante uma audiência pública nesta terça-feira. Considerado como crime de alta complexidade, o tráfico humano pode submeter pessoas ao trabalho forçado, exploração sexual, adoções ilegais e tráfico de órgãos.
Em 2023, foram registradas mais de 80 mil pessoas desaparecidas no Brasil. O senador Jorge Seif, do PL de Santa Catarina, foi o autor do requerimento da audiência. De acordo com ele, é papel do Poder Legislativo lutar para criar medidas de enfrentamento a esse número.
Então, esse Senado, esse Congresso Nacional, precisa se debruçar de forma séria e de forma prioritária para defender, para que esses números como esse, 80 mil desaparecimentos, não prossigam nos anos seguintes.
O fundador de uma organização norte-americana que atua no combate ao tráfico sexual infantil, Tim Ballard, participou do debate. A história de Ballard, como ex-agente dos Estados Unidos que se dedicou ao resgate de crianças traficadas, inspirou o filme “Som da Liberdade”. Ballard afirma que os traficantes de pessoas procuram situações de vulnerabilidade para sequestrar crianças.
Como é que nós podemos pegar tantas crianças? Como eles estão vendendo tantas crianças? Eles vão para esses lugares mais vulneráveis, como Ilha do Marajó e outros lugares mais vulneráveis, e eles vão atrás.
De acordo com a Procuradora Regional da República, Stella Fátima Scampini, a invisibilidade das vítimas do tráfico de pessoas pode levar à subnotificação de casos.
Muitas vezes a vítima não consegue se enxergar como vítima de um crime tão cruel, ela sente uma certa responsabilidade, ela sente receio, esses fatos nunca chegam às autoridades que são incumbidas da repressão desse crime.
Os participantes também falaram sobre a possibilidade de auxílio internacional para esclarecer casos de tráfico humano. Senadores propuseram estudar a lacuna na lesgislação para permitir a investigação, por agentes de instituições privadas. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Lana Dias.
