Comissão de Ciência e Tecnologia debateu a importância estratégica do Proantar
A Comissão de Ciência e Tecnologia discutiu com cientistas e representantes dos ministérios da Educação; das Relações Exteriores; da Ciência e Tecnologia; e da Marinha a importância estratégica do Programa Antártico Brasileiro (Proantar) e de assegurar financiamento para as pesquisas realizadas por nosso país no continente antártico desde 1983. O senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) destacou que "o acontece na Antártida, principalmente em climatologia, acaba afetando todo o nosso continente".

Transcrição
A IMPORTÂNCIA ESTRATÉGICA DO PROGRAMA ANTÁRTICO BRASILEIRO FOI DEBATIDA PELA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA COM CIENTISTAS E REPRESENTANTES DO GOVERNO FEDERAL. REPÓRTER CESAR MENDES.
O Programa Antártico Brasileiro (Proantar) foi criado em 1982 para aprofundar o conhecimento do país sobre a região e assegurar a participação nos processos decisórios do Tratado da Antártica, do qual o Brasil fazia parte desde 1975, mas se tornou membro consultivo apenas em 1983. Hoje, as pesquisas do Proantar incluem estudos sobre mudanças climáticas; biodiversidade e microbiologia; oceanografia e geociência polar; e sobre a dinâmica das geleiras e seus impactos ambientais. Autor do pedido de debate na Comissão de Ciência e Tecnologia, o senador Astronauta Marcos Pontes, do PL de São Paulo, destacou o valor científico e estratégico da presença brasileira na Antártica.
(senador Astronauta Marcos Pontes) "As pesquisas que são feitas na Antártica são utilizadas desde a agricultura até a medicina, passando por diversos setores; sem dizer a importância geopolítica da presença do Brasil: Tudo que acontece na Antártida, principalmente falando em climatologia, acaba afetando todo o nosso continente."
Mas a manutenção do Proantar exige investimentos contínuos em infraestrutura, logística e no financiamento de pesquisas. Para Cesar Amaral, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, após a inauguração da nova estação brasileira, em 2020, hoje referência internacional, é urgente a criação de um marco regulatório para a pesquisa polar brasileira.
(Cesar Amaral) "O marco regulatório permitirá aperfeiçoar os mecanismos de governança, financiamento e integração entre os órgãos envolvidos;.Hoje, os esforços são dispersos e muitas vezes dependem de iniciativas pontuais ou emendas parlamentares, sem um planejamento de médio e longo prazo."
Andrea Cruz, do Ministério da Ciência e Tecnologia, disse que o Proantar é o programa científico mais antigo do país e apontou dados impressionantes do continente gelado.
(Andrea Cruz) "São 14 milhões de quilômetros quadrados, 98% da superfície é coberta por gelo, representa 90% do gelo e 70% de toda a água doce do planeta ".
Jefferson Simões, do Comitê Científico de Pesquisas Antárticas do Conselho Internacional de Ciências, alertou que embora a Antártica pareça distante, desastres climáticos como o que foi provocado pelas chuvas no Rio Grande do Sul, em maio do ano passado, têm ligação direta com o impacto das mudanças do clima no polo Sul. O senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, sugeriu a realização de uma audiência pública na Comissão de Orçamento para assegurar recursos destinados a pesquisas na região. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

