Senadores lamentam morte do ex-presidente do Uruguai José Pepe Mujica e destacam legado na luta pela democracia e direitos sociais
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), apresentou uma moção de pesar pela morte do ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, aos 89 anos, vítima de um câncer de esôfago. Randolfe destacou o legado na área social, com a redução da pobreza no País vizinho. Já a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) destacou que Mujica "é um estadista" que liderou pelo exemplo de vida e o senador Humberto Costa (PT-PE) declarou que a morte do ex-presidente uruguaio representa uma perda não apenas para os uruguaios, mas para os povos latino-americanos. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, divulgou nota de pesar pela morte de Mujica, dizendo que o político marcou a política internacional com seu carisma, simplicidade e habilidade de dialogar com todas as frentes. "Que a força desse grande líder mundial e sua humanidade possam continuar inspirando e transformando a vida de todos que acreditam em um mundo melhor", finaliza a nota. Mujica foi considerado o ícone da esquerda latino-americana.

Transcrição
AO LAMENTAREM MORTE DO EX-PRESIDENTE DO URUGUAI, JOSÉ MUJICA, SENADORES DESTACAM LEGADO DO POLÍTICO NA LUTA PELA DEMOCRACIA E DIREITOS SOCIAIS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O ex-presidente do Uruguai, José "Pepe" Mujica, morreu nesta terça-feira aos 89 anos, vítima de um câncer no esôfago anunciado em abril de 2024. Em janeiro deste ano, ele revelou que o tumor havia se espalhado. Nos anos de 1960, Mujica integrava a guerrilha Movimento de Libertação Nacional - Tupamaros, conhecidos por distribuírem dinheiro roubado de bancos. Em 1972, ele acabou preso por 14 anos durante a ditadura militar no Uruguai. Ao ser anistiado, ajudou a fundar o partido de esquerda Movimento de Participação Popular. Ele foi deputado, senador, ministro da Agricultura e em 2010, foi eleito presidente da República. O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá, apresentou uma moção de pesar pelo falecimento de Mujica, considerado um dos ícones da esquerda latino-americana. Ele ressaltou o compromisso de Pepe com a área social.
Eu acho que esse é o eixo do ensinamento que ele nos deixa. Nunca abriu mão dos seus sonhos. O central do Pepe, da trajetória dele, é essa coerência. Sendo perseguido pela ditadura uruguaia ou estando depois no poder nunca abriu mão de dar cabo e execução aos seus sonhos. Coerência, humildade como forma de agir, fé inabalável nos sonhos e crença na vida como maior dos milagres, acho que esses são os ensinamentos para nós.
O ex-presidente do Uruguai aumentou em 250% o salário mínimo e para 75,5% os gastos públicos orçamentários com programas sociais. A senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, destacou a temperança e a sabedoria de um grande líder em busca de um mundo mais pacífico e igualitário.
Pepe Mujica tinha a estatura moral do estadista que lidera pelo exemplo de vida e pelo amor ao seu povo. Ele deixa um legado de humildade, humanidade e vocação Incondicional de defesa da vida digna para o povo mais sofrido. Pepe eterno exemplo do verdadeiro democrata.
Mujica foi torturado por mais de uma década na prisão. O senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco, diz que o luto do Uruguai se estende a toda a América Latina.
A morte de Mujica representa uma perda irreparável para os povos latino-americanos, para o povo uruguaio e para todos aqueles que são defensores de uma sociedade mais justa, democrática e que tiveram em Mujica um exemplo de militante, de lutador, de combatente. Uma pessoa comprometida totalmente com respeito e a defesa dos direitos humanos, um humanista na acepção da palavra.
Além do legado no combate à desiguldade e à pobreza, José Pepe Mujica ficou famoso pela simplicidade. Quando presidente, ele continuou morando em um sítio nos arredores de Montividéu e digiria o próprio carro, um fusca ano 1987. No governo Mujica, a Assembleia Geral aprovou a descriminalização e a comercialização da maconha, a permissão para o aborto e o reconhecimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Da Rádio Senado, Hérica Christian.

