Senado debate avanços e desafios no combate ao câncer no Brasil — Rádio Senado
Plenário

Senado debate avanços e desafios no combate ao câncer no Brasil

O Senado realizou uma sessão de debates temáticos nesta quarta-feira (30) sobre o combate ao câncer, abordando avanços em pesquisas, desenvolvimento de medicamentos e vacinas. Especialistas destacaram a importância da autonomia tecnológica, do acesso equitativo aos tratamentos e da criação de um marco regulatório para garantir sustentabilidade ao Sistema de Saúde. O debate foi proposto pela senadora Dr. Eudócia (PL-AL) e contou com o apoio de outros 27 senadores.

30/04/2025, 18h31 - atualizado em 30/04/2025, 19h57
Duração de áudio: 03:08
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
OS AVANÇOS NO COMBATE AO CÂNCER FOI TEMA DA SESSÃO DE DEBATES TEMÁTICOS DO SENADO NESTA QUARTA-FEIRA. ESPECIALISTAS DESTACARAM A NECESSIDADE DO ACESSO IGUALITÁRIO A MEDICAMENTOS E VACINAS, ALÉM DA AUTONOMIA CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA DO PAÍS. A REPÓRTER MARINA DANTAS TRAZ MAIS INFORMAÇÕES: O câncer é responsável por aproximadamente 10 milhões de mortes anuais, e segundo a Organização Mundial da Saúde, a OMS, é uma das principais causas de mortalidade no planeta. Caracterizado pelo crescimento anormal e descontrolado de células, a doença pode invadir e se espalhar por diversas partes do corpo, o que coloca a condição como um problema de saúde pública no Brasil e no mundo.  Esse foi o tema da sessão de debates temáticos realizada nesta quarta-feira, no Plenário do Senado. O objetivo foi discutir o surgimento e o avanço de pesquisas e o desenvolvimento de medicamentos e vacinas contra o câncer.  Segundo a Coordenadora Nacional de Inovação e Acesso a Medicamentos e Tecnologias para a Saúde da Organização Pan-Americana da Saúde no Brasil, Ileana Freitas, o desenvolvimento de vacinas contra a doença, tanto na prevenção quanto no pós diagnóstico, é importante visto que a projeção de surgimento de novos casos de câncer serão maiores em países de média e baixa renda, como a região das Américas.  (Ileana Freitas): "Quando falamos de vacinas contra o câncer, temos vacinas preventivas que atacam bactérias, vírus que têm como resultado o desenvolvimento do câncer e também temos as vacinas terapêuticas, que, na verdade, são dirigidas para pessoas que já têm câncer. Então, isso aí coloca-nos numa posição de reconhecer a necessidade de inovação e de ações para permitir o acesso equitativo a tecnologias que salvam vidas. Então, temos aí uma oportunidade muito grande para fazer mudanças importantes na saúde pública." Para a Dra. Ludhmila Hajjar, coordenadora da Cardio-Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o avanço das pesquisas e do desenvolvimento de medicamentos contra o câncer representam uma potência no avanço em busca da cura da doença, mas que ainda necessita ser acessível a todos.  (Dra. Ludhmila Hajjar): "Nós temos em curso hoje, em todos os centros grandes do mundo, estudos promissores com vacinas de RNA e, já na prática clínica, medicamentos oncológicos que são de altíssimo custo, mas que mudam o comportamento evolutivo de muitas doenças para as quais até há poucos anos os pacientes não tinham perspectiva. Por saber que essas medicações e essas terapias custam milhões de reais, o nosso dia a dia é discutir a sustentabilidade do sistema de saúde." O Diretor da Divisão de Saúde Global do Ministério de Relações Exteriores, Igor da Silva Barbosa, destaca a necessidade imperativa de manutenção da sustentabilidade do sistema de saúde por meio da soberania científica e tecnológica e explica que a falta de um marco regulatório brasileiro no assunto prejudica os esforços de controle da doença.  (Igor da Silva Barbosa): "O relatório que a OMS elabora sobre preços de medicamento contra o câncer basicamente aponta que não existe nenhuma regra que as empresas adotam para determinar que um medicamento custe 1 mil, 10 mil ou 1 milhão. Elas basicamente avaliam o que cada sistema de saúde pode pagar. Nesse contexto, em específico na área do câncer, é fundamental que a gente discuta o marco regulatório." A sessão de debates temáticos foi realizada a pedido da senadora Dr. Eudócia, do PL de Alagoas, em conjunto com outros 27 senadores. Sob supervisão de Samara Sadeck, da Rádio Senado, Marina Dantas. 

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