Brasilia sedia conferência sobre clima e natureza, preparatória para COP 30 — Rádio Senado
COP 30

Brasilia sedia conferência sobre clima e natureza, preparatória para COP 30

Uma conferência realizada nesta terça-feira (15), em Brasília, reuniu as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, além de representantes do Itamaraty, especialistas em clima e biodiversidade, e lideranças da sociedade civil, para debater a integração das agendas de biodiversidade e clima durante a COP 30, que será realizada em novembro, em Belém (PA). Marina defendeu a sinergia entre o financiamento da transição energética e as metas de redução de emissões (NDCs).

15/04/2025, 14h15 - atualizado em 15/04/2025, 14h21
Duração de áudio: 02:48
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
UM EVENTO, EM BRASÍLIA, REUNIU AS MINISTRAS DO MEIO AMBIENTE, MARINA SILVA, E DOS POVOS INDÍGENAS, SÔNIA GUAJAJARA, PARA DEBATER COMO INTEGRAR A AGENDA DA BIODIVERSIDADE E DO CLIMA DURANTE A COP 30, QUE ACONTECE ESTE ANO EM BELÉM, NO PARÁ. REPÓRTER CESAR MENDES. O evento desta terça-feira, 15 de abril, no B Hotel, em Brasília, organizado por ONGs como o Instituto Alana, o WWF e a Conservação Internacional, busca alinhar as agendas do clima e da biodiversidade nos processos multilaterais e nas políticas públicas nacionais. Autoridades do governo, especialistas e lideranças da sociedade civil trataram dos caminhos para a sinergia das três principais convenções da ONU: Clima, Biodiversidade e Desertificação, tendo como foco a COP 30, em novembro deste ano, na cidade de Belém do Pará, sob a presidência brasileira. A realização da COP na Amazônia é vista como uma oportunidade única de integrar a agenda da biodiversidade às discussões climáticas. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, alertou que a janela de oportunidade para evitar um aumento maior do que 1,5 graus centígrados na temperatura do planeta, em relação à era pré-industrial, se transformou numa "frestinha" e disse é preciso sinergia entre o financiamento para a transição energética e as metas estabelecidas por cada país para a redução das emissões, as NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada, do inglês 'Nationally Determined Contribution'). (ministra Marina Silva) "Começou um processo há 33 anos atrás, com biodiversidade, com desertificação, com clima; dizendo que precisa fazer uma série de coisas, que o caminho é fazer a transição para o uso de combustível fóssil. Então, como é que isso se espelha? Nas NDCs ambiciosas, alinhadas com 1,5 (Graus Centígrados); na sinergia entre 1,5 (graus centígrados, limite tolerável para o aumento da temperatura do planeta) e o financiamento de 1,3 trilhão" (financiamento climático de 1,3 trilhão de dólares). A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, pediu espaço na COP 30 para que os povos indígenas participem das decisões; e o embaixador Mauricio Lyrio defendeu o multilateralismo para evitar a erosão dos processos relacionados ao regime de clima, acentuada desde a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. (embaixador Mauricio Lyrio) "Sabemos que a lacuna entre o que nós temos como recursos disponíveis e o que precisamos de recursos efetivos, o chamado 1,3 trilhão (de dólares) para combate à mudança do clima, estamos longe de atingir." Mauricio Lyrio disse que se por um lado é preciso engajar mais os países desenvolvidos no financiamento do combate à mudança do clima, é preciso levar em conta que os países em desenvolvimento são parte da solução do problema; e citou como exemplo o uso de fontes renováveis de energia pelo Brasil e o barateamento de novas tecnologias de geração energia limpa pela China. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.

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