Plenário aprova política nutricional para autistas
O Plenário do Senado aprovou uma mudança na Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, uma lei de 2012, para incluir cuidados relacionados à alimentação (PL 4.262/2020). A proposta prevê a adoção de medidas de promoção e de proteção sob o ponto de vista nutricional por profissional de saúde legalmente habilitado e que siga protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas estabelecidas pela autoridade competente. A senadora Dra Eudócia (PL-AL), que é médica, explicou que as crianças e adolescentes autistas possuem uma seletividade alimentar, ou seja, tendem a comer os mesmos poucos alimentos. A senadora Zenaide Maia (PSD-RN), que também é médica, alertou que essa dieta restrita pode causar vários problemas de saúde. O projeto segue para a sanção presidencial.

Transcrição
NO DIA MUNDIAL DA CONSCIENTIZAÇÃO DO AUTISMO, O PLENÁRIO APROVOU A ATUAÇÃO DE NUTRICIONISTAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ESPECIALIZADOS EM PESSOAS AUTISTAS.
SENADORAS, QUE SÃO MÉDICAS, DESTACAM A SELETIVIDADE ALIMENTAR DESSAS CRIANÇAS, QUE ACABAM DESNUTRIDAS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
Aprovado por unanimidade, o projeto inclui na Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espec tro Autista ações de promoção e de proteção sob o ponto de vista nutricional. Pela proposta, esse cuidado e orientação deverão ser feitos por um profissional de saúde legalmente habilitado e que siga os protocolos clínicos e as diretrizes terapêuticas definidas por autoridades competentes. A senadora Dra Eudócia, do PL de Alagoas, que é médica, citou que as pessoas com TEA possuem uma rigidez comportamental e alteração sensorial que comprometem a alimentação. Explicou que a atuação de um nutricionista especializado pode permitir um melhor desenvolvimento dessas crianças.
Para essa criança ter todo o aparato para que ela possa desenvolver esse estímulo para alimentação e minimizar os efeitos dessa seletividade alimentar. Dessa forma, óbvio, ela comendo melhor, ela vai crescer melhor, ela vai ter a sua parte neurológica muito mais bem formada. Dessa forma, melhorando como todo inclusive no desenvolvimento psicomotor também.
A senadora Zenaide Maia, do PSD do Rio Grande do Norte, que também é médica, explicou que a chamada seletividade alimentar das pessoas autistas está ligada a desordens neurossensoriais que influenciam a aceitação da comida. Nesses casos, segundo ela, as pessoas com TEA tendem a ter uma dieta limitada de baixo valor nutricional, o que provoca problemas de saúde.
Se você não tiver uma alimentação rica em ferro e vitamina B12, você tem que ter esse olhar porque senão ela vai ficar uma desnutrida, que associa a desnutrição a uma coisa grave. São as crianças em fase de crescimento. A gente sabe da importância da alimentação para as crianças, principalmente as crianças.
Pela proposta, o nutricionista especializado em pessoa autista deverá atuar em equipes multidisciplinares no Sistema Único de Saúde. Aprovado pelo Senado, o projeto segue para a sanção presidencial. Da Rádio Senado, Hérica Christian.