Relatório da IFI detalha razões do superávit orçamentário da União no primeiro bimestre — Rádio Senado
Economia

Relatório da IFI detalha razões do superávit orçamentário da União no primeiro bimestre

A alta em relação ao mesmo período do ano passado é explicada pelos gastos do governo com precatórios em 2024 e pela demora na aprovação do Orçamento de 2025, que restringiu os gastos da União. A análise da Instituição Fiscal Independente (IFI) aponta para uma desaceleração da economia, embora haja um pequeno alívio devido aos bons resultados do setor do agronegócio no início deste ano.

21/03/2025, 18h40 - ATUALIZADO EM 21/03/2025, 18h59
Duração de áudio: 02:28
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Transcrição
COM MENOS GASTOS NO INÍCIO DO ANO, GOVERNO TEM SUPERÁVIT NAS CONTAS NOS DOIS PRIMEIROS MESES DE 2025. MAS O PAÍS DEVE ENFRENTAR DESACELERAÇÃO NA ECONOMIA PELAS ALTAS TAXAS DE JUROS, QUE IMPACTAM CONSUMO E INVESTIMENTO. ESSES SÃO ALGUNS DESTAQUES DO RELATÓRIO DA IFI. REPÓRTER JANAÍNA ARAÚJO. O relatório de março da Instituição Fiscal Independente, órgão ligado ao Senado que atua para aumentar a transparência das contas públicas, traz uma análise do desempenho orçamentário da União no primeiro bimestre de 2025 em comparação com os dados do mesmo período do ano passado. O superávit primário de 54,2 bilhões de reais, contra os 21,2 bilhões de 2024, é justificado por despesas do governo com precatórios em 2024 e por menos gastos em 2025 devido à demora na aprovação do Orçamento. Quem explica em detalhes é o diretor da IFI, Alexandre Andrade. Alexandre Andrade - Essa melhora deve ser vista com cautela. Ainda que as receitas tenham crescido, as despesas que caíram 5,1% tiveram esse comportamento em função principalmente do cronograma de pagamento de precatórios de 2024 – que foi antecipado para fevereiro – sem contrapartida em 2025, e pela baixa execução de despesas discricionárias – um crescimento de apenas 0,6% – que deveu-se a não aprovação do Orçamento de 2025. O economista também afirmou que a análise feita pela IFI do comportamento da economia do último trimestre do ano passado trouxe um diagnóstico negativo, que deve se manter. Altas taxas de juros atuais impactam consumo e investimento e explicam dificuldades, mas também há notícias boas devido à safra recorde no início do ano, conforme avalia o boletim da instituição. Alexandre Andrade - Os números mostram ter havido uma desaceleração da economia no ano passado, que deve continuar ao longo de 2025. No primeiro trimestre, no entanto, a IFI projeta um bom desempenho da economia, sustentada principalmente pelo comportamento do setor do agronegócio. Alexandre Andrade ressaltou ainda que não é possível perceber até o momento algum efeito das medidas de economia aprovadas no Congresso no fim de 2024, como as despesas do Benefício de Prestação Continuada, Seguro Desemprego e do Programa de Garantia da Atividade Agropecuária, o Proagro. Da Rádio Senado, Janaína Araújo.

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