P20 discute combate às desigualdades e enfrentamento da crise ambiental
A 10ª Cúpula de Presidentes de Parlamentos do G20 foi oficialmente aberta nesta quinta-feira (7), numa cerimônia que contou com autoridades de 15 países e dois organismos do grupo, as uniões Europeia e Africana, além de oito países convidados e cinco organismos internacionais. Os participantes discutiram, em duas reuniões, o papel dos parlamentos no combate à fome, à pobreza e à desigualdade e no enfrentamento da crise ambiental. O repórter Alexandre Campos faz um resumo das atividades do P20 nesta quinta-feira.
Transcrição
TRANSCRIÇÃO DO FLASH:
Oficialmente aberta nesta quinta-feira, em cerimônia no plenário da Câmara dos Deputados, a décima cúpula de presidentes de parlamentos do G20, O P20, conta com a participação de represenantes de parlamentos de 15 países e dois organismos do grupo - as Uniões Europeia e Africana - além de oito países convidados e cinco organismos internacionais.Na primeira sessão de debates desta quinta-feira, no início da tarde, o tema discutido pelos participantes foi a contribuição dos parlamentos para o combate à fome, à pobreza e à desigualdade.Essa reunião foi conduzida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que citou dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a FAO, que indicam que mais de 9 por cento da população mundial está desnutrida, com tendência de elevação por causa do aquecimento global, que compromete a produção de alimentos, os conflitos armados, as crises econômicas e falta de políticas eficazes, com o que concordou, em seu pronunciamento, a presidente do parlamento da Indonésia, Puán Marâni.Já a presidente do Parlamento do Mercosul, Fabiana Martín, conclamou os países a fazerem uma autocrítica. Na opinião dela, é algo contraditório haver fome num mundo em que a produção de comida é suficiente para alimentar toda a população.Luíque Ervê, representante do parlamento francês, lembrou que o cenário de fome piorou por causa da pandemia e das guerras. As mudanças climáticas são outro fator que, segundo ele, pode colocar em xeque a soberania e a segurança alimentar em todo o mundo. Por isso, Luíque Ervê disse ser preciso encontrar soluções para garantir a produção de alimentos de qualidade neste contexto.Aliás, o papel dos parlamentos no enfrentamento da crise ambiental, especialmente o aquecimento da temperatura no planeta, e na garantia do desenvolvimento sustentável, foi o tema da segunda reunião da tarde desta quinta-feira, conduzida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Segundo ele, os desastres naturais, somados às calamidades associadas às atividades humanas, gera desolcamento populacional, crise sanitária e pobreza. Por isso, o desafio é discutir medidas para prevenir esss tragédias.Já Telmina Pereira, representante da Assembleia de Moçambique relatou as experiências do país africano, que, nos último anos, foi afetado por eventos extremos com consequências econômicas negativas, notadamente na agricultura familiar, o que compromete a seguraça alimentar. Diante disso, ela lembrou que o parlamento moçambicano aprovou um conjunto de leis para minimizar e prevenir os impactos desses eventos.Vice-presidente da Camara dos Lordes do Reino Unido, Lord Rûssel of Liverpool, chamou a atenção para o fato de que três bilhões e trezentos milhões de pessoas vivem em países que destinam mais dinheiro para o pagamento de juros da dívida pública do que gastam com saúde e educação. Segundo ele, também há a estimativa de que as mudanças climáticas e a perda de biodiversidade aumentem o preço de alimentos em 20 por cento para bilhões de pessoas de baixa renda em todo o mundo. Nesta sexta-feira, último dia da décima cúpula de presidentes de parlamentos dos países que compõem o G20, será debatido o papel dos parlamentos na construção de uma nova ordem global, adaptada aos desafios deste século.
Também amanhã a Declaração Conjunta do P20, resultado dos debates ao longo desses dias, será formalizada e anunciada, com as sugestões do P20 a serem encaminhadas à reunião do G20, que acontecerá nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro.Vale lembrar que, além da Declaração Conjunta do P20, as decisões do G20 também contarão com as sugestões de uma outra cúpula, a Social, que envolve entidades da sociedade civil organizada, que vai acontecer nos dias 14, 15 e 16 de novembro, no Rio de Janeiro. São essas as informações sobre os trabalhos do P20 até o momento.