Baixa representatividade de mulheres na política será tema de debate no P20
No dia 6 de novembro, primeiro dia da 10ª Cúpula do P20, grupo que reúne os presidentes dos parlamentos dos países com as maiores economias do mundo, será discutida a questão de gênero e representatividade feminina na política. Para a senadora Leila Barros (PDT-DF), a dificuldade de se atingir a paridade envolve problemas como a violência política. Dados da ONU Mulheres mostram que 25 % das mulheres na política já sofreram violência física no espaço parlamentar e 82%, violência psicológica.
Transcrição
A BAIXA PARTICIPAÇÃO FEMININA NA POLÍTICA É UM PROBLEMA MUNDIAL E SERÁ DEBATIDA DURANTE O P20, O ENCONTRO DOS PRESIDENTES DOS PARLAMENTOS DOS PAÍSES DO G20.
O BRASIL TEM A SEGUNDA PIOR REPRESENTATIVIDADE NO RANKING DO LEGISLATIVO ENTRE OS INTEGRANTES DA CÚPULA, ATRÁS DE PAÍSES COMO RÚSSIA E ARÁBIA SAUDITA. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
O Brasil ocupa a décima nona posição no ranking de representatividade feminina nos parlamento de países do G20, na frente apenas do Japão. Com uma proporção de 14% dos assentos ocupados por mulheres no Congresso Nacional em 2022, o Brasil está longe de alcançar a paridade de gênero, conquistada pelo México, em 2018, e pela vizinha Argentina, que já conta com 45% de representantes mulheres. Esse tema será debatido no primeiro dia da 10ª Cúpula do P20, grupo que reúne os presidentes dos parlamentos dos países com as maiores economias do mundo. Para a senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, a dificuldade para se atingir a paridade envolve problemas como a violência política, que busca afastar as mulheres dos espaços de poder e decisão.
As mulheres são as maiores vítimas e é crescente o índice da violência. E por incrível que pareça, falamos muito de Brasil, vindo para o nosos país, patriarcal, machista com inúmeros desafios, mas isso é uma preocupação mundial, geral. A gente vê hoje o México que conseguiu hoje uma paridade dentro do seu parlamento. Mas é um trabalho que foi contínuo e começou com um percentual menor, precisamos de representantivadade. A gente vê aqui no Congresso Nacional somos apenas 17%.
Segundo dados da ONU Mulheres, 25 % das mulheres na política já sofreram violência física no espaço parlamentar e 20%, assédio sexual. Quando falamos de violência psicológica, o número sobe para 82%. Apesar de ser crime desde 2021, o alto índice da violência política pode ser um empecilho para que mais mulheres queiram fazer parte de espaços decisórios. É o que acredita a senadora Leila Barros.
O maior desafio é esse. Além da maior participação, é incentivar as mulheres para que elas acreditem em seus potenciais e que possam exercer sim esses postos de comando e também para trabalhar aqui no legislativo. Nos precisamos do olhar feminino.E entender que não é só Brasil, o mundo vive esse problema e vai se muito importante a oportunidade de estarmos nesse momento de reflexão de pauta ambiental e política de gênero fazendo esses debates.
No dia 6 de novembro, três grupos de trabalho envolvem questões de gênero no P20: Promovendo a justiça climática e o desenvolvimento sustentável sob a perspectiva de gênero e raça; Mulheres no Poder: ampliando a representatividade feminina em espaços decisórios; e Combatendo desigualdades de gênero e raça e promovendo a autonomia econômica das mulheres. Os números das eleições deste ano mostram que a baixa representatividade também afeta os munípios. Para o cargo de vereador, 82% dos eleitos são homens. Já entre os 5.466 candidatos para as prefeituras no primeiro turno, 722 foram mulheres, ou 13%. Um projeto que garante a reserva de 30% das vagas do Legistivo para mulheres aguarda decisão da Comissão de Constituição e Justiça. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.