Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Cabelo é tema de debate no Senado

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A COMISSÃO DE ASSUNTOS SOCIAIS DISCUTIU O PROJETO QUE INSTITUI A CAMPANHA NACIONAL DE INCENTIVO À DOAÇÃO DE CABELO. O BENEFÍCIO SE DESTINA A PESSOAS CARENTES EM TRATAMENTO DE CÂNCER E ÀS VÍTIMAS DE ESCALPELAMENTO. REPÓRTER CESAR MENDES. De autoria do deputado federal Vinícius Carvalho, do Republicanos de São Paulo, o projeto em debate na Comissão de Assuntos Sociais determina que a Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Cabelo a Pessoas Carentes em Tratamento de Câncer e a Vítimas de Escalpelamento será coordenada pelo Ministério da Mulher, com participação da sociedade civil. E define 27 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer, como a data oficial da campanha. A coordenadora do acolhimento da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Brasília, Lenize Baseggio, explicou que é comum que pessoas que perdem o cabelo e que não têm uma peruca fiquem retraídas. Segundo ela, fornecer uma peruca ameniza a dor provocada pela agressão da doença e melhora a auto-estima, com impacto inclusive no enfrentamento da doença. Para Lenize, é importante que a campanha explique a forma correta de cortar o cabelo para que possa ser feita a doação. (Lenize Baseggio) "A gente precisa de um cabelo com mais ou menos 25 centímetros de comprimento para que permita-se fazer uma peruca que tenha um caimento. O cabelo precisa ser lavado, secado. Há muita gente que lava o cabelo, ele molhado, já faz um rabo de cavalo e corta, só que isso prejudica o cabelo. Então, na campanha, se for possível conscientizar sobre a forma de cortar o cabelo, também vai nos ajudar muito." A presidente do Instituto Hera Artemisul - Casa da Mulher Paulistana, Lúcia Brugnera, considera fundamental a doação de perucas personalizadas para as vítimas de escalpelamento, um acidente comum entre mulheres ribeirinhas da Amazônia, que fazem uso rotineiro do transporte fluvial e correm o risco de ter os cabelos presos nos motores das embarcações. (Lúcia Brugnera) "Porque o acidente realmente deforma o formato da cabeça e como elas moram numa região muito quente, úmida, há a necessidade dessa peruca ser personalizada através das medidas, para que não machuque o couro cabeludo, que devido ao acidente, fica muito sensível." Paula Elaine Diniz dos Reis, da Liga de Combate ao Câncer da Universidade de Brasília, falou da emoção que envolve o momento da entrega das perucas para mulheres que perderam os cabelos no tratamento do câncer. Apesar das perucas sintéticas, ela destacou que a peruca de cabelo natural é a que mais aproxima essas mulheres da situação que viviam antes de perderem os cabelos. (Paula Elaine Diniz dos Reis) "Essa forma de escolher a peruca, de encaixar na cabeça, de arrumar como vai ficar é muito emocionante. Elas começam a contar a história delas, o que elas passaram." A relatora, Damares Alves, do Republicanos do Distrito Federal, defendeu que a doação de perucas seja feita obrigatoriamente pelo SUS. (senadora Damares Alves) "Nós que trabalhamos em regiões muito distantes, e aqui o pessoal da Casa da Mulher Paulistana me ajudou com as escalpeladas lá do Marajó, se a gente não levar daqui as instituições para lá, não tem instituições locais fazendo as perucas, não tem; mas se fosse uma obrigação do SUS, elas teriam acesso mais rápido, porque a demanda é grande!" Se for aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais, a proposta segue ainda para análise do Plenário. Da Rádio Senado, Cesar Mendes.