Ex-presidente de associação de loterias se cala na CPI da Manipulação de Jogos

Transcrição
O EX-PRESIDENTE DE ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JOGOS E LOTERIAS, WESLEY CARDIA, NÃO RESPONDEU ÀS PERGUNTAS DA CPI DAS APOSTAS ESPORTIVAS SOBRE DENÚNCIA DE PEDIDO DE PROPINA PUBLICADA PELA REVISTA VEJA. O OUTRO DEPOIMENTO DESTA TERÇA-FEIRA FOI DO REPRESENTANTE DA EMPRESA AIR GOLDEN, ANDERSON IBRAHIM ROCHA. REPÓRTER PEDRO PINCER: Em depoimento como testemunha à CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, o ex-presidente da Associação Nacional de Jogos e Loterias, Wesley Cardia, permaneceu calado em várias perguntas dos senadores referentes a um suposto pedido de propina feito à associação em troca de proteção na CPI que investigou apostas esportivas em 2023, na Câmara dos Deputados. A revista "Veja" publicou reportagem em setembro do ano passado sobre o alerta feito pelo ex-assessor especial do Ministério da Fazenda, José Francisco Manssur, ao ministro Fernando Haddad, sobre o suposto pedido de propina. Ele depôs à CPI amparado em habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, que garantiu a ele o direito de se calar. Wesley Cardia leu, no entanto, um comunicado em que buscava justificar o seu silêncio: (Wesley Cardia) "Aplaudo a iniciativa do Senado em debater a manipulação de resultados e de sua intenção de ajudar a sociedade, as empresas operadoras e o Ministério da Fazenda, que vem se empenhando para publicar as melhores regras possíveis para refrear essa prática delituosa. Não pretendo, no entanto, dar azo a qualquer situação que possa criar ilações sobre o comportamento de membros deste Parlamento, seja do Senado, seja da Câmara de Deputados. E eu, como um democrata convicto, entendo ser o Congresso Nacional a voz mais importante e derradeira do povo brasileiro." Também depôs à CPI como convocado Anderson Ibrahim Rocha. Representante da empresa Air Golden — ex-gestora do futebol do Clube Atlético Patrocinense (MG) — Anderson Ibrahim disse não ter conhecimento sobre a suspeita de manipulação na partida em que o Patrocinense perdeu por 3 a 0 para o Inter de Limeira pela Série D do Campeonato Brasileiro, em 1º de junho de 2024. A partida está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Jogo Limpo, com base em movimentação suspeita em casas de apostas. Ibrahim  afirmou não ter motivos para acreditar em manipulação do resultado e disse não ter recebido qualquer denúncia neste sentido: (Anderson Ibrahim) "A Patrocinense, para quem acompanhou no Campeonato Mineiro, não conseguiu nem concluir a sua participação no estadual mineiro. Houve três W.O. seguidos. Então, não vinha sendo feita uma boa administração do clube, não vinha sendo feita uma boa gestão da instituição. Eles pecaram com pagamentos, eles pecaram com a logística, eles pecaram com administração de grupo, tomadas de decisões." A CPI também aprovou oito requerimentos, entre eles o que convoca Camila Silva da Motta, alvo de denúncia criminal na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás, sobre a manipulação de resultados em apostas esportivas. Da Rádio Senado, Pedro Pincer.