Governo não descarta taxar setor financeiro para bancar a desoneração
Os líderes partidários rejeitaram a proposta do governo de compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e dos pequenos municípios com o aumento de 1% da CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido. O senador Eduardo Braga (MDB-AM) afirmou que a sugestão da equipe econômica é o mesmo que "dar com uma mão e retirar com a outra". O líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (AP), alertou que as propostas dos senadores de compensação, a exemplo da taxação das compras internacionais e atualização de ativos, não são suficientes para cobrir os R$ 17 bilhões de despesas neste ano.

Transcrição
O GOVERNO NÃO DESCARTA TAXAR SETOR FINANCEIRO PARA BANCAR A DESONERAÇÃO DA FOLHA DE PAGAMENTO.
SENADORES RESISTEM AO AUMENTO DA CSLL AO CITAREM SUGESTÕES JÁ ENTREGUES À EQUIPE ECONÔMICA, QUE NÃO ELEVAM IMPOSTOS. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e os líderes partidários recusaram a proposta da equipe econômica de compensar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e dos pequenos municípios com a cobrança de 1% da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL. A redução da alíquota previdenciária em vigor terá um custo de R$ 17 bilhões neste ano. Para manter o benefício, os senadores sugeriram como compensação a atualização de ativos, a repatriação de bens do exterior, recursos de multas não pagas às agências reguladoras, dinheiro esquecido nos bancos e taxação de compras em sites internacionais. O Ministério da Fazenda, no entanto, alega que a arrecadação com essas propostas não pode ser contabilizada ao certo por dependerem da adesão dos contribuintes. O senador Eduardo Braga, do MDB do Amazonas, ressaltou que a desoneração não pode ser custeada com o aumento de imposto.
O que não pode parecer é que nós estamos entregando com uma mão para 17 setores e tirando com a outra mão de todos os setores produtivos do Brasil . Apenas 17 setores são beneficiados pela desoneração da folha. Não podemos aumentar a carga tributária de todos os setores produtivos sem que antes nós tenhamos exaurido outras alternativas. Acho que o compromisso fiscal o Senado está comprometido com ele.
O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues, do Amapá, afirmou que a equipe econômica vai apresentar corte de gastos no Orçamento para tentar chegar aos R$ 17 bilhões para compensar a desoneração da folha. Ele explicou que a cobrança de 1% da CSLL só será feita se as receitas das propostas dos senadores, como a taxação das compras internacionais, não forem suficientes. Randolfe Rodrigues reforçou que o aumento da contribuição pode ser paga apenas pelo setor financeiro.
Uma das possibilidades tratadas é 1% de CSLL. Esse é um temas que está em debate para ser levado para o relatório do senador Wagner. A tributação do setor financeiro, mais especificamente dos bancos é um dos temas que está em debate sob a mesa para resolver a desoneração. Em relação à CSLL dos bancos, eu não vi rejeição. Não há decisão sobre isso tomada. É um dos temas que está sob a mesa para serem dialogados.
O projeto da desoneração da folha de pagamento já está na pauta do Plenário aguardando apenas um acordo com o governo para a votação. Da Rádio Senado, Hérica Christian.