Educação midiática e combate às fake news são temas de seminário no Congresso Nacional — Rádio Senado
Seminário

Educação midiática e combate às fake news são temas de seminário no Congresso Nacional

O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional promoveu, nesta segunda-feira (8), o "Seminário Educação Midiática: preparado para evitar fake news?", que debateu temas como regulação, liberdade de expressão, combate à desinformação, proteção de crianças e adolescentes, uso de tecnologias em sala de aula e a atuação de plataformas digitais. Os participantes defenderam a urgência e a necessidade de debater esses assuntos.

08/04/2024, 19h07 - ATUALIZADO EM 08/04/2024, 19h08
Duração de áudio: 03:29
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Transcrição
O CONSELHO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL DO CONGRESSO PROMOVEU, NESTA SEGUNDA-FEIRA, UM SEMINÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO MIDIÁTICA. EM PAUTA, O COMBATE À DESINFORMAÇÃO, A LIBERDADE DE EXPRESSÃO, O TRATAMENTO DO ASSUNTO EM SALA DE AULA, A PROTEÇÃO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES, O FORTALECIMENTO DO JORNALISMO E A ATUAÇÃO DE PLATAFORMAS DIGITAIS. OS DETALHES, COM O REPÓRTER ALEXANDRE CAMPOS: O Seminário "Educação Midiática: Preparado para evitar fake news?", promovido pelo Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional, nesta segunda-feira, contou com representantes de entidades privadas e públicas, de todos os poderes. No encontro, os participantes destacaram que discutir esse assunto é urgente. O ambiente digital como objeto de estudo, o combate à desinformação, o papel não só da escola, mas de diversas outras instituições na formação das pessoas com um senso crítico quanto ao uso das tecnologias, a liberdade de expressão, a proteção de crianças e adolescentes, o uso de tecnologias em sala de aula e algumas experiências já implantadas em localidades foram alguns dos pontos discutidos no seminário. Coordenadora-geral de Educação Midiática da Secretaria de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Mariana Filizola, lembrou que o Plano Plurianual 2024/2027, aprovado pelo Congresso Nacional no ano passado, prevê como programa de duração continuada, nos próximos 4 anos, a formação de 300 mil professores, para tratar da educação midiática em sala de aula, e a capacitação de 400 mil profissionais de saúde. (Mariana Filizola) "No caso dos agentes comunitários de saúde, por exemplo, eles são quem chega na casa das pessoas, quem consegue conscientizar, por exemplo, sobre um pensamento crítico em relação à ciência, a vacina, explicar por que aquela vacina é segura, não é? E a gente vê as consequências da desinformação nesse sentido." Mariana Ochs, do EducaMídia, afirmou que a educação midiática é um direito, uma vez que dá à pessoa as ferramentas para fazer escolhas livres. Mas, num mundo em que todos são potenciais criadores e consumidores de conteúdo, é preciso estabelecer direitos e deveres. Mariana Ochs salientou, ainda, que a realidade brasileira impõe desafios específicos, ao destacar a diversidade existente no país, onde há lugares que nem sequer possuem acesso à internet. Fato cofirmado por Aberson Carvalho de Sousa, secretário de educação, cultura e esporte do Acre. Segundo ele, no estado, das 630 escolas existentes, 160 não são ligadas à rede de energia elétrica. Outro ponto que dificulta esse trabalho, de acordo com ele, é a resistência dos próprios professores em usar novas mídias em sala de aula e, portanto, de aproveitar a ocasião para tratar do assunto com os alunos. Marina Pita, da secretaria de políticas digitais da presidência da República, defendeu mais transparência das plataformas digitais na forma como lidam com a desinformação e com a publicidade, por exemplo. Sem as informações sobre o seu funcionamento, é difícil construir um política de educação digital e midiática efetiva, disse ela. Vítor Durigan, coordenador de combate à desinformação do Supremo Tribunal Federal, acredita que o fortalecimento do jornalismo e da educação midiática estão intimamente ligados. E ambos, na opinião dele, ajudam a promover o debate e a alcançar o entendimento de que a liberdade de expressão não é um conceito absoluto. Outro desafio, segundo Vítor Durigan, é preparar as pessoas para o consumo de informações não geradas por humanos. (Vítor Durigan) "Caberá à educação midiática garantir que a população compreenda a integridade das informações geradas por inteligência artificial, como a compreensão dos aspectos de transparência essenciais aos instrumentos de inteligência artificial generativas, como as fontes que foram utilizadas para a geração daquelas informações, os dados que foram usados para treinar o algoritmo e a ferramenta como um todo." O Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional foi criado por uma lei de 1991 que regulamentou a Constituição. O papel do órgão é realizar estudos e pareceres na área da comunicação, auxiliando o Legislativo na proposição de projetos relacionados a essa temática. Da Rádio Senado, Alexandre Campos. 

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