Congresso discute adoção no Brasil do projeto Banco Vermelho — Rádio Senado
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Congresso discute adoção no Brasil do projeto Banco Vermelho

A Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher debateu nesta quarta-feira (20) a inclusão da ocupação urbana "Banco Vermelho" no “Agosto Lilás”, mês de proteção à mulher (PL 147/2024). A campanha internacional foi trazida para o Brasil por Andrea Rodrigues e Paula Limongi, que tiveram amigas assassinadas por seus companheiros e quiseram fazer algo de concreto para tentar sensibilizar e envolver a sociedade na luta contra o feminicídio.

20/03/2024, 20h32 - ATUALIZADO EM 21/05/2024, 17h37
Duração de áudio: 02:19

Transcrição
A COMISSÃO MISTA DE COMBATE À VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DEBATEU O PROJETO "BANCO VERMELHO", QUE SURGIU COMO FORMA DE PROTESTO CONTRA O FEMINICÍDIO. A CAMPANHA PODE PASSAR A FAZER PARTE DO “AGOSTO LILÁS”. REPÓRTER JÚLIA LOPES. Na paisagem, um banco vermelho chama a atenção de quem passa. Ele traz um QR code que, quando acessado, leva a pessoa a refletir sobre um tema difícil, mas que precisa ser debatido: o feminicídio.  A ocupação urbana "Banco Vermelho" teve início em 2016 na Itália e foi trazida para o Brasil em 2023 por duas mulheres: Andrea Rodrigues e Paula Limongi. Ambas tiveram amigas assassinadas por seus companheiros e quiseram fazer algo de concreto para tentar sensibilizar e envolver a sociedade na luta contra esse tipo de crime. A Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher promoveu audiência pública sobre a inclusão da iniciativa do Banco Vermelho na campanha "Agosto Lilás", de conscientização sobre o enfrentamento à violência doméstica e intrafamiliar. A presidente do Instituto Banco Vermelho, Andrea Rodrigues, conta que a ideia é provocar, em lugares do cotidiano, uma reflexão que leve à ação:  Andrea Rodrigues (Presidente do Instituto Banco Vermelho) : "Porque o feminicídio é o crime mais democrático que existe. E eu pensei, eu preciso de um ícone tão democrático quanto, eu preciso ir pra luta com um ícone democrático também que represente essa luta, que ele possa estar onde eu não estou, que ele possa estar onde o poder público talvez não chegue, que ele esteja no cotidiano das pessoas. Tem que ser algo simples do dia a dia dessas pessoas." A deputada Maria Arraes, do Solidariedade de Pernambuco, responsável por transformar a campanha do Banco Vermelho em um projeto de lei, ressaltou o apelo social presente na proposta. Maria Arraes (Deputada Solidariedade - PE) : "A violência contra a mulher passa principalmente pela informação e eu acredito que o banco traz, tem esse objetivo de informar, de alertar, de trazer conhecimento para as mulheres." A presidente da comissão Augusta Brito, do PT do Ceará, lembrou que para o projeto sair do papel é necessário o empenho dos poderes. Augusta Brito: Como disse, é democrático esse banco e é uma simbologia, uma ação tão fácil de ser feita. Tão fácil, mas que ao mesmo tempo tão importante quando ela é feita. Eu vim de vontade de botar um banco vermelho desse em todos os espaços que eu ocupo, que eu vou poder ocupar daqui para frente para realmente chamar a atenção. Mas eu sei que não é uma questão individual e não tão pequena como eu estou imaginando que eu poderia botar esse banco aqui. "Tem que ser realmente abraçada pelo Estado, tem que ser abraçada pelo Poder Executivo, pelo Ministério das Mulheres e tem que ser abraçada pelo Congresso Nacional com esse projeto que está sendo aqui, que está tramitando, que está chegando aqui no Senado." O projeto que inclui a iniciativa do Banco Vermelho na campanha "Agosto Lilás" está em debate na Câmara dos Deputados. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Júlia Lopes.

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