Senado analisa medidas para prevenção de afogamento infantil
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) aprovou nesta quarta-feira-feira (21) o projeto de lei (PL 1944/2022), que obriga medidas específicas de segurança voltadas para a prevenção do afogamento infantil em piscinas ou similares. A proposta foi apresentado pelo senador Eduardo Gomes (PL-TO), recebeu parecer favorável pelo relator, senador Izalci Lucas (PSDB-DF), e segue para análise da Comissão de Fiscalização e Controle e Defesa do Consumidor (CTFC).
Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS APROVOU O PROJETO DE LEI QUE CRIA MEDIDAS PARA PREVENÇÃO DE AFOGAMENTO INFANTIL.
A SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA ALERTA QUE, NO BRASIL, O AFOGAMENTO É A SEGUNDA MAIOR CAUSA DE MORTES ENTRE 5 E 14 ANOS. REPÓRTER JÚLIA LOPES.
A Comissão de Direitos Humanos aprovou o projeto de lei que cria medidas específicas de segurança voltadas para a prevenção do afogamento infantil em piscinas ou similares, inclusive em ambientes domésticos. Entre essas medidas estão: manter a criança à distância de um braço, mesmo na presença de um guarda-vidas; treinamento de profissionais especializados; e implantação e utilização de equipamentos de segurança. O projeto é de autoria do senador Eduardo Gomes, do PL do Tocantins, e recebeu relatoria favorável do senador Izalci Lucas, do PSDB do Distrito Federal. O texto foi lido na CDH pela senadora Jussara Lima, do PSD do Piauí, que assinalou que essa medida pode evitar grande parte dos afogamentos em crianças.
Jussara Lima: "O problema de que trata o PL nº 1.944, de 2022, é inegavelmente grave, afinal falamos de milhares de crianças e adolescentes que morrem ou ficam sequeladas anualmente. A supervisão adequada e outras medidas sugeridas na proposição podem evitar a grande maioria dessas trágicas ocorrências."
A Sociedade Brasileira de Pediatria alerta que todos os dias morrem cerca de 480 crianças por afogamento em todo o mundo. De acordo com a entidade, no Brasil, essa é a segunda maior causa de mortes entre 5 e 14 anos e a terceira maior causa externa de mortalidade. Ainda segundo a Sociedade, o problema poderia ser evitado com medidas de prevenção, pois 89% dos casos ocorrem por falta de supervisão das vítimas. Jussara Lima falou sobre os relatos de pais que perderam seus filhos afogados.
Jussara Lima: "Foi extremamente comovente ouvir pais e mães que passaram pelo horror de ver seus filhos afogados, além de profissionais que clamaram pela ação do Estado em defesa das crianças e dos adolescentes. Merecem nossa homenagem e gratidão, mas, além disso, temos a oportunidade de expressar esse reconhecimento em termos práticos."
O projeto de lei presta uma homenagem a Susan Delgado, uma criança de apenas 2 anos de idade que perdeu sua vida num trágico afogamento. A proposta segue para análise terminativa na Comissão de Fiscalização e Controle. Sob a supervisão de Pedro Pincer, da Rádio Senado, Júlia Lopes.