Fim da violência nas escolas ainda é desafio para o Brasil — Rádio Senado
Educação e segurança

Fim da violência nas escolas ainda é desafio para o Brasil

Entre 2022 e 2023, 49 pessoas morreram, no Brasil, em ataques em ambiente escolar. A superação do problema está presente nos debates do Senado e já deu origem a normas como a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares (Lei nº 14.819/2024). Segundo Sérgio Senna, consultor legislativo da Câmara dos Deputados na área Segurança Pública, é necessário criar uma rede nacional de enfrentamento ao preconceito e à violência na escola.

29/01/2024, 17h47 - ATUALIZADO EM 29/01/2024, 17h47
Duração de áudio: 02:47
gov.br/mec/

Transcrição
A POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL NAS COMUNIDADES ESCOLARES, SANCIONADA RECENTEMENTE, TEM ENTRE OS SEUS OBJETIVOS A ELIMINAÇÃO DA VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS O ENFRENTAMENTO AO PRECONCEITO PODE SER UM CAMINHO PARA FREAR A VIOLÊNCIA ESCOLAR. É O QUE APONTA SÉRGIO SENNA, CONSULTOR LEGISLATIVO QUE FALOU AO PROGRAMA "CONEXÃO SENADO".  REPÓRTER BIANCA MINGOTE. A violência no ambiente escolar tem se tornado um sinal de alerta no Brasil. Somente entre 2022 e 2023, 49 pessoas morreram em ataques em instituições estudantis. A escola é um espaço em que crianças e adolescentes passam muito tempo por dia em contato com pessoas e realidades diferentes, o que pode gerar atritos. De acordo com Sérgio Senna, consultor legislativo da Câmara dos Deputados na área Segurança Pública, os casos de violência, em qualquer ambiente, não têm apenas uma causa. Segundo ele, as motivações são dinâmicas, variadas e sistêmicas, ou seja, reúnem elementos distintos. Pessoas narcisistas, egoístas e emocionalmente imaturas, por exemplo, podem expressar seus desejos por meio da violência: Sérgio Senna - A violência ela é um atalho, as pessoas que não são emocionalmente maduras, as pessoas que são narcisistas, egoístas, elas expressam seus desejos, seus desejos por meio da violência, entendeu? Então no fundo nós temos que dar um passo para trás, a gente não precisa fragmentar violência física, violência psicológica, violência isso, violência aquilo, violência econômica, isso é interessante para o direito, para outras coisas, mas para entender como a gente mexe num ambiente, a gente tem que dar um passo para trás e ter uma visão mais ampla. Para o consultor legislativo, é necessário criar uma rede nacional de enfrentamento ao preconceito e à violência na escola. Sérgio Senna afirma que o preconceito é um dos principais motores da violência e precisa ser combatido com ações nacionais integradas a ações locais, com a colaboração das comunidades escolares. Sérgio Senna relembra o caso de violência escolar que feriu adolescentes e que matou uma jovem em São Paulo, em 2023. Sérgio Senna - Preconceito é um dos principais, uma das principais manifestações da violência. O que é o preconceito? O preconceito é quando você tem uma premissa que se entrelaça com emoções. É por isso que não adianta você tentar explicar para uma pessoa que tem preconceito, se é o caso, por exemplo, dessa última, desse último ataque, né? O rapaz sofria bullying, ele resolveu tomar uma atitude violenta em relação a quem praticava isso com ele, segundo a versão que ele conta. O debate sobre violência nas escolas está presente no Senado e já deu origem a normas como a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares. De autoria do senador Alessandro Vieira, do MDB de Sergipe, a proposta que virou lei tem o objetivo de promover a saúde mental de educadores, alunos e demais integrantes do ambiente escolar. Para isso, a Política prevê ações, palestras e atendimentos direcionados à eliminação da violência. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Bianca Mingote.

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