Debatedores cobram investimentos e simplificação das normas para ciência e tecnologia — Rádio Senado
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Debatedores cobram investimentos e simplificação das normas para ciência e tecnologia

A pedido do senador Carlos Viana (Podemos-MG), a Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação e Informática fez uma audiência para discutir os investimentos no setor e a simplificação da legislação. O conselheiro da SBPC, Aldo Zarbin, sugeriu um regime diferenciado para que os projetos não sejam impactados pela demora de importação de equipamentos. Outros convidados afirmaram, no entanto, que seria mais efetivo disseminar os dispositivos já previstos no marco legal.

24/11/2023, 18h25 - ATUALIZADO EM 24/11/2023, 18h25
Duração de áudio: 03:22
Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Transcrição
O MARCO LEGAL DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO EXISTE DESDE 2016, MAS SUA IMPLEMENTAÇÃO NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS AINDA É BAIXA. FOI O QUE APONTOU UM DEBATE PROMOVIDO PELA COMISSÃO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SENADO. REPÓRTER LUIZ FELIPE LIAZIBRA. A Comissão de Ciência e Tecnologia promoveu audiência para discutir investimentos em inovação e simplificação da legislação do setor. A auditoria do Tribunal de Contas da União que avaliou a capacidade operacional das universidades federais concluiu que o nível de implementação do marco legal de 2016 foi baixo. O relatório mostrou que metade das universidades não têm políticas de inovação atualizadas e que falta recurso, força de trabalho e infraestrutura adequada. O representante do Tribunal, Leandro Brum, ressaltou que os objetivos que estão na lei devem ser adotados de forma articulada entre os atores. Leandro Brum: A inovação é um processo multidimensional que depende de muitos atores. E aqui a gente está conversando com diversos atores no parlamento, componentes das instituições de ciência e tecnologia e das universidades, e aí é preciso trabalhar isso para garantir a total aderência das universidades ao marco legal, garantir os recursos necessários. Sobre a desburocratização no setor tecnológico, o representante da SBPC, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Aldo Zarbin, afirmou que é preciso simplificar a importação de equipamentos e insumos porque o processo atual é demorado. Ele sugeriu um regime diferenciado para que os projetos não sejam impactados. Aldo Zarbin: Eu sou obrigado a fornecer três orçamentos no equipamento, veja, eu sou pesquisador e eu sei o equipamento que eu preciso. Esse projeto foi aprovado pela unidade de pesquisa e a gente tem uma lei que me exigiu três orçamentos ou um comprovante de exclusividade. Então, existem várias possibilidades que eu acho que a gente tem que pensar e talvez criar alguma coisa para a ciência e tecnologia. Deixa a gente um pouco, eu não estou em hipótese algum refirindo alguma situação de não controle, em hipótese alguma, mas temos que afrouxar e simplificar um pouco para que a gente consiga realmente fazer as coisas andarem. Já Leopoldo Muraro, Consultor Jurídico do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, disse que em vez de uma nova legislação, seria mais efetivo aplicar o que já existe em termos legais. A posição também foi adotada pelo representante da Controladoria-Geral da União, Marcelo Montalvão. A audiência foi presidida pelo senador Astronauta Marco Pontes, do PL de São Paulo, que já foi ministro de Ciência e Tecnologia. Ele ressaltou a importância de investimentos no setor.  Marcos Pontes: Quando se fala de investimento em pesquisa e desenvolvimento, muitas vezes isso é mal entendido. As pessoas acham que isso só precisa ser feito daqui a 10 anos, 15 anos, que os resultados são demorados e que nós temos mais emergências agora. E o que eu digo é que investir em ciência e tecnologia é o caminho que todos os países que hoje a gente considera desenvolvidos fizeram. E por que eles fizeram isso? Porque investir em ciência e tecnologia é inteligente, é a melhor maneira, é a maneira estratégica de você resolver outros problemas, reduzir o custo em outras áreas também. Também participaram do debate representantes de instituições federais, de gestores de inovação e entidades ligadas à pesquisa tecnológica. Sob a supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Luiz Felipe Liazibra. 

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