Tragédia de Brumadinho é tema de audiência pública no Senado
A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa debateu em audiência pública, nesta segunda-feira (23), os impactos humanos e sociais da tragédia de Brumadinho. A barragem da Mina do Córrego do Feijão, pertencente à Vale do Rio Doce, se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019.
Transcrição
A COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS PROMOVEU AUDIÊNCIA PÚBLICA PARA DEBATER A TRAGÉDIA DE BRUMADINHO.
A ASSOCIAÇÃO DOS FAMILIARES DE VÍTIMAS APONTOU VÁRIAS OMISSÕES NO AUXÍLIO AOS ATINGIDOS PELO ROMPIMENTO DA BARRAGEM. REPÓRTER: LUANA VIANA
A Comissão de Direitos Humanos promoveu uma audiência pública para discutir a tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais, que no dia 25 de janeiro de 2019 sofreu um dos maiores desastres ambientais e humanos do Brasil. A barragem da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, rompeu gerando uma avalanche de lama que deixou 272 pessoas mortas e despejou milhões de metros cúbicos de rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba.
O presidente da Comissão, Paulo Paim, do PT do Rio Grande do Sul, autor do pedido do debate, destacou que o desastre foi o mais grave acidente trabalhista em número de vidas perdidas no Brasil e um dos maiores desastres ambientais da história. O senador afirmou que propôs a audiência para dar voz às vítimas e às suas famílias que, mesmo após 4 anos, seguem sofrendo as consequências do desastre:
É um dos mais impactantes desastres ambientais já vivenciados na história da mineração no nosso país. É necessário enfatizar que até o momento presente, nenhuma pessoa ou entidade foi responsabilizada. Em respeito das vidas que foram perdidas em defesa dos princípios fundamentais que regem os direitos humanos. Temos que lembrar que 4 anos se passaram e as famílias das vítimas continuam clamando por justiça.
Para Andresa Rodrigues, da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos, a decisão do Supremo Tribunal Federal em retomar o processo na sua origem, agora na esfera federal, atrasa a punição dos responsáveis pela tragédia e provoca um sentimento de impunidade:
Então, essa é a história verdadeira, a história que muitas vezes os senhores não assistem pela televisão a história de um crime que segue, nos deixando presos na lama de sangue da Vale e da Tüv Süd. E nós temos várias violações de direitos. Eu vou começar aqui descrevendo pela justiça criminal. No dia 25 próximo, completa 5 anos que a vale e a Tüv Süd assassinou à canetada fria, 272 joias e o que temos até hoje? O processo criminal no Brasil ainda está no início na fase de citação dos réus. Isto é de notificação de cada um deles sobre a existência das acusações de homicídio doloso e crimes ambientais.
O desastre de Brumadinho completou 4 anos em 2023 e, na opinião dos debatedores, a sociedade civil, o poder público e a imprensa esqueceram do ocorrido, apagando os impactos sofridos por toda uma população. Sob supervisão de Marcela Diniz, da Rádio Senado, Luana Viana.