CPMI vai ouvir ex-comandante da PMDF e ex-ministro do GSI de Lula
Os integrantes da CPMI do 8 de Janeiro tomam o depoimento nesta terça-feira do ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, que está preso acusado de omissão. Na quinta-feira, será ouvido o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. Ao citar conivência do governo com os ataques, o senador Marcos Rogério (PL-RO) destacou que G.Dias foi flagrado dentro do Palácio do Planalto conversando com os manifestantes. Já a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), acredita que G.Dias vai esclarecer sobre a atuação da Agência Brasileira de Inteligência e dos impactos do apagão da PMDF.
Transcrição
INTEGRANTES DA CPMI DO 8 DE JANEIRO TOMAM NESTA TERÇA-FEIRA O DEPOIMENTO DO EX-COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL.
NA QUINTA-FEIRA, SERÁ A VEZ DO EX-MINISTRO DE LULA SER QUESTIONADO SOBRE A INVASÃO DO PALÁCIO DO PLANALTO. REPÓRTER HÉRICA CHRISTIAN.
O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, será ouvido nesta terça-feira pela CPMI do 8 de Janeiro. Os parlamentares querem saber o que motivou o apagão da corporação que não impediu a entrada dos manifestantes no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal e no Palácio do Planalto. Por determinação do ministro do STF, Alexandre de Moraes, o militar está preso desde o dia 18 de agosto com outros oficiais acusados de omissão. Na quinta-feira, os integrantes da CPMI terão a oportunidade de questionarem o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, general G. Dias. Esse depoimento é uma iniciativa da oposição que tem acusado o governo de conivência com os ataques do dia 8. O senador Marcos Rogério, do PL de Rondônia, lembra que G. Dias apareceu em imagens dentro do Palácio do Planalto conversando com os manifestantes.
G. Dias tem muito a dizer, tem muitas esclarecer. Ele já foi pego num flagrante que o torna aqui a peça central. Ele sabia da preparação da invasão ao Palácio Planalto, informou a Abin, depois se negou a tomar iniciativa de proteger o Palácio. Ele tinha não só conhecimento como tinha a possibilidade de evitar tudo o que aconteceu no 8 de janeiro, não agiu para proteger. Portanto, o depoimento dele vai ser um depoimento fundamental.
A relatora, senadora Eliziane Gama, do PSD do Maranhão, considera importante o depoimento de G. Dias para saber a respeito dos alertas enviados pela Agência Brasileira de Inteligência aos responsáveis pela segurança pública de Brasília e do impacto da não atuação da PMDF.
Eu acho que a vinda do G. Dias é importante como a de outros generais que eu acho que deverão ser ouvidos aqui nesta comissão. Enfim, vamos estar trabalhando e entendendo melhor como se deu, na verdade, essa transmissão de informações por parte da Inteligência; saber até que ponto de fato havia o compartilhamento desses dados em relação à Polícia Militar do DF, quais ações foram feitas; compreender um pouquinho o plano escudo. Eu acho que são questionamentos que a gente fará para ele e eu acredito que será, hão há dúvida nenhuma, uma audiência proveitosa.
Em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal em junho, G.Dias negou qualquer omissão. Disse que não foi convidado a participar das reuniões que trataram do esquema de segurança, que não recebeu alertas da Abin sobre possíveis ataques e que o representante da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal descartou operações especiais para a então manifestação, que seria pacífica. Da Rádio Senado, Hérica Christian.